21 de novembro de 2010

Mariposa


Não fui a Portugal colher flores
Vejo-as raras na velocidade
de um dia na cidade
de uma cidade tão perto das narinas
quanto o rio Tejo 


De um dia quase úmido quase acidez
no óleo e nas atrevidas buzinas
dos motoristas inquietos
Talvez os motoristas não entendam
que aquela em que estamos
é a cidade disponível
As tesourinha da cidade
aguardavam os pequenos insetos
da véspera da chuva
Os homens não sabiam aguardar
o sinal se abrir, a vez surgir
enquanto a tesourinha

era só um vulto silencioso no azul
Sempre aguardar a vez surgir
de ir a outro país colher flores
ou insetos
se levarmos nossa tesourinha

Enquanto aguardo o dia da ilha de Cetim
a mariposa quieta
pousada na guarda de meu teto
sem buzina para aturdir a noite


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