Fiz uma
viagem por um trecho da cidade
acompanhado por
um homem quase anão
Seus olhos
estavam cheios de sal
e o ventre
retesado de estampas
Não
compreendi porque eram enormes
as arruelas
debulhadas no seu ventre
Talvez seu
bigode existisse só pelas pontas
para facilitar
a fruição do esterco
Quase não vi
os dois tufos
do bigode
partido ao meio
e as
barbatanas das sobrancelhas
O nariz era
um escaravelho
O boné
sujo de qualquer trecho de terra
Atravessamos
a esplanada ao tinir de reflexos
que não
foram iluminações para os degredos
ou o destino
a cuidar da fertilidade
Vou sempre
me lembrar que não trocamos
nenhum
gesto, um aceno que fosse
─ o que foi
um triste fim
para a palha
incendiária de uma amizade
Não
conhecerá o anão meu couro sebáceo
se tivéssemos
ao menos apertado as mãos
Não saberá
que profiro péssimas palavras
e que assovio
por uma fratura em meus lábios
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Salomão Sousa sente-se honrado com a visita e o comentário