A máquina fala por mim
respira, traduz
A máquina come por mim
me lava, me induz
Minhas mãos perderam a utilidade
Deixei de ser caipira
Drummondiano não mais
O chão está plantado
Não desejo ir
não me peçam pra ver
Legaste-me um maquinismo para o sexo
Uma cápsula
para conformar a ausência de amor
A máquina me traz
todas as paisagens pra casa
Se peço algodão
a máquina me dá a paisagem
mais branca
me tece a paisagem retilínea
quase uma linha
A máquina me dá
a paisagem da ferrugem
se peço para ser ferro
Não preciso sair de meu quarto
pra ir a Itabira
A poesia é meu território, e a cada dia planto e colho grãos em seus campos. Com a poesia, eu fundo e confundo a realidade. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ainda estamos aqui
Agradeço meus netos po r terem acolhido o convite para assistirmos juntos ao filme "Ainda Estamos Aqui". Fiquei feliz por encontra...
-
A um olmo seco Antonio Machado A um olmo velho, fendido pelo raio, e pela metade apodrecido, com as chuvas de abril e o sol de maio, saíram...
-
O processo de editoração é dinâmico, também. Os livros de poesia devem se aproximar da visualidade das páginas da internet. Papel que reflit...
-
Eu falaria sobre todas as nuvens, sobre todos os poetas, sobre todos os gravetos, da utilidade e da inutilidade de tudo que podemos enxergar...
A máquina quer nos dar tudo pronto, mas estamos ainda num longo processo (processamento).
ResponderExcluirGostei, poeta!
Abraço.
Nao era pra ser uma referência drummondiana - talves tenha sido, não sendo! Parabéns, belo poema.
ResponderExcluir