A poesia é meu território, e a cada dia planto e colho grãos em seus campos. Com a poesia, eu fundo e confundo a realidade. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento)
18 de abril de 2009
Sempre há um clássico que ainda não foi traduzido em nossa língua. Sobretudo aqueles com maiores extensões. Certamente ainda teremos de esperar muito pelas Memórias de Chateubriand, pela biografia de Samuel Johnson, por Boswell, e as próprias biografias de escritores, de Samuel Johnson. Enquanto isso, valho-me das edições espanholas. No ano passado, ou antes, não estou seguro, circulou por aqui Peregrinação, do português Fernão Mendes Pinto.O mercado editorial brasileiro se preocupa demais com obras já consagrados em nossa cultura (caso de Tolstoi, Dostoievski, Kafka etc, se é que grandes escritores são etc), e outros também relevantes não estão nas prateleiras. Nem as Confissões, de Rousseau estão nas prateleiras — e precisam de tradução nova, que correspondam, pois as frases curtas de Rachel de Queiroz, numa linguagem nordestina, não corresponde à elegância do período da obra.
E temos de baixar o preço dos livros! O privilégio das grandes editoras às grandes redes estão matando as pequenas livrarias. E isso é um tiro no pé: as pequenas livrarias ajudam na formação de leitores, pois elas ficam ao lado das casas, no caminho das pessoas, com um amigo no balcão... Quanto mais leitores melhor para todos, inclusive para a qualidade da cidadania.
Não há cidadania em deixar a carreta na entrada de acesso à via.
Mas, enquanto isso, não há cidadania em não contribuir com a divulgação da série de tributos ao poeta, promovidos pela Biblioteca Nacional de Brasília.
A próxima homenagem é dedicada a Ronaldo Costa Fernandes, por Paulo José Cunha, no dia 24 de abril, às 19h. Se os meios de comunicação não tiverem os telefones da Biblioteca, e dos escritores para os contatos, é só me procurar por este blog, e eu passarei com o maior prazer.
Bom feriado a todos nós, com poesia e cidadania.
Já que os blogs têm registrados divergências com o novo romance de Chico Buarque, eu também assim procedo. Chico Buarque tem todo direito de escrever um romance ruim, até memso para não ficar ocioso, manter a vida em operandi. Mas que o romance não funciona, não funciona. Não tem leimotiv, não tem qualidade estilística, e nem mesmo... Basta. Sei que há muito eu não interrompia a leitura de um livro. O leite está derramado.Mas, a música, só se expande.
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