1 de novembro de 2024

Cosmópolis

Infelizmente, tenho de confessar que não encontrei coerência no filme Cosmópolis, de Francis Ford Copolla. Não há um discurso que possa ser interpretado, pois os personagens são mal delineados, tornando impossível identificar a proposta desejada entre os diálogos e o excesso de imagens.

    O objetivo de Copolla é criticar o déficit de civilização de nossa época e, para isso, saiu juntando tudo que admira (e rejeita), tornando impossível arrancar um discurso dessa caderneta de anotações de citações. O filme resultou num puzzle de peças iguais, que o espectador recebe sem manual de orientações para a montagem. 

    Da caderneta de citações de Copolla só consegui identificar Shakespeare, que o ator recita muito bem (o belo poema To be or not to be), três aforismos de Marco Aurélio e a frase de Rousseau, que é nomeada explicitamente. Gostei dos clipes musicais, sobretudo do clássico What indiference Day, de Dinah Washington (mas só não gosta dessa música quem nunca ouviu.). 

    O filme é borrado, mas a civilização está borrada; o filme é incompreensível, mas tornou-se impossível dar ou sacar compreensão para as nossas ações. Vamos abolindo o significado de nossa presença nos territórios. Coube a nós só a tarefa de demolição do que foi construído até aqui, sem estarmos obrigados a colocar novas peças, corrigir as peças que foram deslocadas? 

    A única saída apresentada por Copolla: parar o tempo para que a geração que está crescendo possa cuidar melhor do planeta, com mais jardins, beleza, objetividade nas relações sociais, nos compromissos políticos. E postou o bebê sobre a mesa. Não sabemos se ele vai conseguir se virar sozinho. Se conseguir, terá de juntar as peças desse enorme puzzle que se tornou o mundo, com habitantes que não assumem seu papel, e dar uma ordem a elas. Talvez tenham de criar o próprio puzzle, pois o que está posto pode apresentar apenas a paisagem contaminada, pois uma paisagem imaginada por homens tóxicos. As peças que somos, atualmente, não se ajustam. Vamos vivendo isoladamente, incompreensíveis, e, na nossa insignificância, sem nos ajustarmos num significado que seja de interesse comum. Torna-se difícil deixar para futuro um puzzle montável, pois cada um constrói, sem projeto, sua própria peça, e cada um ainda deforma a peça do outro.

    O filme de Copolla só vem demonstrar que o discurso tem de ser objetivo, coerente e claro, mas rápido, sem cansaço. Nunca pensamos nisso: a comunicação atual ocorre com um amontoado de citações, de aforismos, xingamentos frasais, que não tornam possível a execução de um projeto. As Meditações, de Marco Aurélio, e todas as demais obras dos estoicos, são versículos bíblicos de enorme poeticidade, mas não juntam, mas não erigem uma obra, pois não propõem uma obra, com descrição das peças que possam deixar uma de pé sobre uma maquete (o Planeta). 

    Não adianta eu usar as pragas do Apocalipse para ameaçar o outro. Copolla está certo em desejar mais jardins, assim como Tarkovski, que, no filme Stalker, busca uma campina ensolarada. Em Stalker, quem busca contrata quem compreende o caminho; em Copolla, não há quem possa indicar o trajeto. Ficamos sem orientação e sem quem possa nos levar a um destino.  

    Não saí do cinema e do palco por teimosia. Mas quem insiste acaba conseguindo arrancar significado do pior puzzle.

1 de julho de 2024

A chave de ouro de Fernanda Cruz


Eu falaria sobre todas as nuvens, sobre todos os poetas, sobre todos os gravetos, da utilidade e da inutilidade de tudo que podemos enxergar atravessando o raio de sol. Um tronco que não é uma cidade, pois não se submerge nas águas. A palavra que surge de uma outra e nasce um verso em Tennyson e em Fernanda Cruz. Na poeta goiana, o verso "entreaberta noite de céu tão aberto". Em Tennyson, ressoa o verso "Fútil o ganho para o rei nada útil" (It little that in idle king). Sem essas liberações internas, a poesia fica bem fútil, bem irrealizada.

Achei Fernanda Cruz por pura casualidade. Emergiu de uma noite de dezenas de lançamentos. Estava atrás de um balcão com seus livros entre milhares de pessoas. Rimos e nos conhecemos e somos irmã e irmão abraçados, surja a noite iluminada ou a noite do Humanismo. E nossas poesias se entrelaçam gulosas de língua e performance.

Gosto de me ocupar da poesia que não parte de uma exposição específica, que não desbarranca, mas que se ocupa dos esgarçamentos para entrelaçar. Versos que surgem para surpreender quem escreve e quem lê. A ternura que nasce independente da lírica convencional, pois a vida quer se estender como árvores do cerrado. Galhos secos que se infiltram em aramados de caramanchões a recobrir a terra de vida para que nada se torne estéril num socavão.

a sombra da árvore se alarga e se estreita
também meus braços se alargam num segundo
em outros braços que é o instante e se deita

 E uma criança possivelmente virá recobrir a sombra de tinturas. Definir o sujeito para o verbo que ficou agarrado solitariamente no final de um terceto através de uma pequena garra (e). Mas os verbos, em Fernanda Cruz, são enganadores para inversão das metáforas. De repente não são os pés que alcançam o musgo (e os pés/o musgo alcança). Os pés talvez estivessem paralisados e o musgo fosse mais apressado.

Os verdadeiros poetas se realizam pelas grandes inversões que conseguem enxergar, pela visibilidade do interior das palavras e das construções que elas ofertam (subliminar/semblantes). As terminações das palavras são escorregadias, no entanto, as junções internas, quase comuns, mas diversas, são encontradas só com chaves muito pessoais. E Fernanda Cruz tem a chave de ouro na memória para desentranhar as junções das palavras. Nela, por esse desentranhamento, os eventos são outros, já alheios ao cotidiano, à angústia.

Eu gostaria de entrelaçar versos só na memória como é a prática de Fernanda Cruz. Não teria de interromper o fluxo dos espasmos do inconsciente. Seu livro “Irreversível amarelo” (2019) é um exercício zen de abraçar. Pode existir a performance, mas a sua poesia existe em qualquer circunstância, sem nunca abolir sua presença. No entanto, a presença que atua na poesia de Fernanda Cruz não é mais a da autora, mas a de quem lê. Nisso a grandeza da leitura − somos a mistura do que somos com a de quem nos diz o que é ou quem foi. Depois de ler Fernanda Cruz, juntos fertilizamos um eito da vida.

a voz que pousa
            e faz voar
            toda matéria


23 de junho de 2024

Poema de José Carlos Peliano

Consagração

                  a Salomão Sousa

sou um pterodáctilo ou dois
ou três pterodáctilos mesmo
antes, quiçá durante ou depois
de ver perdurar tua dor a esmo

tiranossauro rex com certeza
de pestilentas patas colossais
ao entranhar de vez tua tristeza
por patadas profundas, animais

ninho de cobras trago bem cuidado
para destampar a hora que for
espalhar uma a uma a cada lado
onde tua dor tenha mais horror

eis o golpe final com minha adaga
por estocadas nos pontos vitais
a mão que sangra ainda assim afaga
as tripas que provocam os teus ais

sigo em meia volta a anos luz
deixo apodrecer-te com teus vermes
livro-me desta culpa que seduz
em não ver almas mas só epidermes

meu olhar tem os olhos de meninos
à procura de cores e magias
a mesma vida com seus desatinos
é quem me cura até vir outros dias

10 de março de 2024

RETRATO, poema de Antonio Machado

Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como Eliot, Vallejo e Jorge de Lima. Poetas de intensa sonoridade e valorização de imagens bem específicas, raras. É uma tradução livre, sem contagem desílabas, pois os versos são alexandrinos. E nem preocupação com as rimas, bem sonoras. Mas fica o endereço do original para quem desejar fazer as próprias verificações. É um poema que trata da metapoética do autor, com as próprias experiências memorialísticas de seu tempo. Bravo, Antonio Machado.
Antonio Machado
Minha infância são lembranças de um pátio de Sevilha
e um horto claro onde amadurece o limoeiro;
minha juventude, vinte anos em terras de Castela;
minha história, alguns casos que lembrar não quero.
Nem um sedutor Mañara, nem um Bradomín eu fui;
conheceis o torpe desalinho da minha indumentária,
mas recebi a flecha que me assestou Cupido,
e amei tudo que essas terras trazem de hospitaleiro.
Há em minhas veias gotas de sangue jacobino,
mas meu verso brota de manancial sereno;
e, mais que um homem que sabe usar sua doutrina,
sou, no bom sentido da palavra, bom.
Adoro a formosura, e na moderna estética
cortei as velhas rosas do horto de Ronsard;
mas não amo os enfeites da atual cosmética,
nem sou uma ave dessas do novo oco-trinar.
Desdenho as romanzas dos tenores vazios
e o coro dos grilos que cantam para a lua.
Estaco-me para distinguir as vozes dos ecos
e escuto somente, entre as vozes, uma.
Sou clássico ou romântico? Não sei. Quisera
deixar meu verso como o capitão deixa sua espada:
famosa pela mão viril que a brandiu,
em vez de apreciada pelo douto ofício do forjador.
Converso com o homem que sempre vai comigo
- quem fala sozinho espera um dia falar com Deus -;
meu solilóquio pratico com esse bom amigo
que me ensinou o segredo da filantropia.
No fim, nada lhes devo; deveis-me quanto escrevi.
recorro ao meu trabalho, com meu dinheiro pago
o traje que me cobre e a mansão que habito,
o pão que me alimenta e o leito em que jazo.
E quando chegar o dia da última viagem
e esteja a partir a nave que nunca há de tornar,
vais me encontrar a bordo com ligeira equipagem,
próximo da nudez, idêntico aos filhos do mar.

7 de março de 2024

Passeio com Eurídice na ausência de Luíza

Aqui estamos afundados na dengue.

Para deixarmos o corpo fora

esticamo-nos dentro do olho do monstro.

Mas temos sol, temos outros astros,

e divertimentos de enchentes.

Liguemos os véus do tempo

e cumpramos os gestos de reiniciar o reino,

está velho o norte em que vamos.

 

Cremos. A noite não passa

de um desarme dos remos.

Temos sobre o leito o tesouro de esmeraldas

quando nos pomos a navegar

e não é de roubo nossas lâmpadas.

Implica quase sempre tirarmos as travas.

Enquanto Luísa se ausenta,

com Eurídice passemos a tormenta.

 

Construímos o leito

para que as palavras se inflamem.

Salgado Maranhão, Homero.

Cabem em nosso corpo o vento

e os desejos de Eurídice.

Talvez escaravelhos nos dorsos,

se prazeres de esmeraldas sabemos.

Não embarcamos serpentes.





18 de fevereiro de 2024

Zona de interesse

        Assisti ao filme Zona de interesse, que está indicado a cinco Oscar, inclusive à estatueta de melhor filme. Nunca o cinema fez um filme que acertasse bem no olho dos crimes nazistas, da desfaçatez fascista, da vergonhosa extrema direita. O filme foi baseado em livro homônimo de Martin Amis. 
        Os fascistas pensam só entre si, pensam só nos benefícios que possam retirar do sistema. Deviam ter aulas de campos de concentração e, em seguida, serem levados para assistir ao filme Zona de interesse. (Sabem o que é um campo de concentração? Saberiam interpretar a cena de um filme, a metáfora de um poema; saberiam enfiar o pé na lama para atravessar uma rua? Será que algum deles vomitaria?) 
Antes de serem levados ao filme, sugiro que sejam aprisionados por alguns momentos dentro de um forno de cremação de um campo de concentração para sentirem a importância de ter corpo e liberdade para preservá-lo, a importância de transitar com linguagem e direitos e de construção de espaços onde possam exibir-se com reverência, espaços, enfim, onde possam abraçar e definir acordos de convivência com o outro.
        Proponho, ainda, que os jovens passem por abstinência do uso de seus celulares e de suas tocas de formação de trogloditas e também sejam levados ao cinema para um pouco de alteridade com o filme. É sempre bom que os jovens banhem no rio das cinzas dos mortos para saber se é realmente o que desejam para o seu país.
Os trogloditas saem de suas tocas só para gritar e para agressão e depredação, pois não alcançam linguagem para trocas de referências culturais e de consciência para defesa dos direitos individuais, para compreensão da importância de usufluir de espaços e de ser livre. Ahrarralapa. Onde não há comunicação não há civilidade. Zona de interesse é um filme para nos lembrar que a civilidade pode ser perdida, se não a praticamos todos os dias. Quem se trancafia não consegue apreender divergências para criar consciência sobre a existência das mútiplas visões de vida e de práticas sociais.
        Para que os fascistas e os jovens assistam ao filme, esclarecer para eles que o ruído da trilha sonora é a chegada de mais trens cheios de pessoas para serem extirpadas na câmera de gás e queimadas nos fornos. Poderão compreender que, do jardim, enquanto se diverte, a família do dirigente do campo de concentração se esconde atrás do muro para não se deparar com as chaminés que exalam a fumaça e o cheiro das pessoas queimadas. Ao chegar a ordem de transferência para outro campo de concentração, a familia se nega a aceitá-la. Não quer se desligar do esquema de apossamento do espólio daqueles que vão à câmara de gás. 
Nos fundos da casa e do campo de concentração corre um belo rio em meio a uma paisagem brilhante. A família fascista se diverte nas águas cheias de cinzas e de ossos descartados das pessoas queimadas nos fornos do campo de concentração. Quando os pais dão banho nas crianças após divertirem-se no rio, a banheira fica coalhada de manchas de cinzas.
Os fascistas se reúnem para estudar técnicas de aumentar a produção de mortos. Quando mais pessoas mortas, maior o espólio. Quanto mais índios dizimados, mais áreas a serem ocupadas, mais pepitas de ouro a serem embolsadas. Quanto mais dízimo recebido, maior a concentração na avenida Paulista. É confortável lucrar à custa  de quem tem de deixar de comprar o pão para os filho, é lucrativo ter alguém para levar ao forno ou para pagar o dízimo. Não adianta construir a enorme estufa para produzir flores para disfarçar o cheiro dos mortos. 
O criminoso fascista acende a câmara de gás e vai para casa colocar o filho no colo, escovar os dentes com o creme dental que surrupiou do adversário que enfiou no forno. Experimenta o casaco de pele roubado enquanto sente o cheiro de carne queimada que sai da chaminé da câmara de cremar milhões de pessoas que chegam a todo momento em trens abarrotados e que passarão pelas câmaras de gás e, depois, incineradas. Esconde as pepitas no cofre e evita assistir ao noticiário em que aparecem os pequenos indigenas desidratados pela fome e pelo mercúrio das águas contaminadas.
Não há poesia ou flor que consiga enfeitar um crime. A poesia acentua o cheiro da carne queimada a evolar das chaminés. 

O olhar indiferente do alto da sacada 
não extirpa a praga a germinar na calçada,
nem afasta a mão que esparge a água de lhe dar vigor.




13 de fevereiro de 2024

Espergésia

Cesar Vallejo


Eu nasci num dia

que Deus esteve enfermo.

 

Todos sabem que vivo,

que sou mau; e não sabem

de Dezembro e desse Janeiro.

Pois eu nasci num dia

que Deus esteve enfermo.

 

Há um vazio

em meu ar metafísico

que ninguém vai apalpar:

o claustro do silêncio

que anunciou a flor de fogo.

 

Eu nasci num dia

que Deus esteve enfermo

 

Irmão, escuta, escuta…

Bem. E que eu não parta

sem levar dezembros,

sem deixar janeiros.

Pois eu nasci num dia

que Deus esteve enfermo.

 

Todos sabem que vivo,

que mastigo... E não sabem

porque em meu verso tagarelam,

oscuro insosso de féretro,

espanados ventos

desenroscados da Esfinge

bisbilhoteira do Deserto.

 

Todos sabem… E não sabem

que a luz é tísica,

e a sombra gorda…

E não sabem que o Mistério sintetiza…

que ele é a corcunda

musical e triste que a distância denuncia

a passagem meridiana das fronteiras para as Fronteiras.

 

Eu nasci num dia

que Deus esteve enfermo,

grave.


Tradução: Salomão Sousa

10 de fevereiro de 2024

Antonio Brasileiro

A editora Mondrongo, em 2023, após publicar em dois volumes os Poemas Reunidos de Antonio, ainda deu a lume o pequeno volume Carta, que encomendei no prazo estipulado para receber o exemplar autografado. Aconteceu algum descompasso e o volume chegou sem o prometido autógrafo.
Inicialmente, acreditei que, pelo título Carta, o conteúdo tratasse de alguma mensagem do autor, alguma metapoética, ainda mais que a poesia reunida do autor acabara de sair. Para minha surpresa, trata-se de um dos melhores livro de poesia que caíram em minhas mãos nos últimos tempos.
Não há grandes invenções. Há sutileza. Leveza.
Cada poema parte de algo mínimo para expressar com sabedoria serena. Sem um propósito de ligar-se à poesia árabe ou chinesa, Antonio Brasileiro consegue aproximar-se da natureza, da voz lírica, sem as formas usadas naquelas localidades, para trazer à tona, com rara vivacidade metafórica, o que nós buscamos para nos compreendermos. Surpreendermo-nos.
Vejamos um dos poemas. Remete à poesia grega, à Rilke. Kaváfis. O último verso jogado como recorte – efeito que só um poeta que assistiu as vanguardas, sem a elas se filiar, poderia conseguir. “Pequena elegia antiga” é antológica, canônica no nascedouro, assim como a maioria dos poemas do livro.

Pequena elegia antiga

Concede-me, Zeus, a paz,
assim como concedeste a calma
ao mar, ao vento o pouso, o sono
   à nossa dor.

Concede-me, mais que o amor,
  a libertação do amor.

Concede-me, enfim, a voz
para calar-me e a noite para esquecer-me
e sossegar o peito,
                amplo deus.
#mondrongo

26 de janeiro de 2024

Email de Luiz Paulo Santana a Soares Feitosa

Soares Feitosa, Poeta:

O novo e-mail já está na agenda. Aqui faz um dia nublado, frio, indefinido. Releio "No Céu tem Prozac": a mesma enorme dramaticidade de "O Relato do Capitão". Neste, a culminância da foto avassaladora, derruindo a própria arte; naquele, o verso "Mãe, no céu tem pão?" concentrando em si todo o significado da tragédia humana. A mesma inércia vagarosa do movimento do mundo entre a inocência e a crueldade. Releio com um sentimento de derrota, eu pretenso reformador do mundo, racionalista, positivista inconfesso, incapaz de captá-lo na sua imensa complexidade. Nem o envelhecer me dá a santa sabedoria evocada no poema, aquela em que a pessoa se põe como um humilde instrumento e não como um demiurgo de 100ª. categoria: 

"Adiam-se-lhe os minutos,
ao gesto do amor,
sacrifícios e devoções:
êxtase de Margarida,
êxtase de Madre Teresa,
êxtase do Cura D’Ars,
êxtase da irmã Dulce;"

Pois não será pura sabedoria essa dedicação sem perguntas, essa fé gratuita? Em que horizontes buscarão tais santas e santos — canonizados ou não — a força de sua humilde retidão? Como gostaria de sabê-lo, ou melhor, de senti-lo. Talvez pudesse superar essa oscilação angustiante: euforia pelo ideal de justiça, derrota pela injustiça flagrante. E culpa, culpa, culpa. Eu, neurótico, preciso recorrer à vossa palavra poética para desculpar-me. Porque nela encontro um sentimento maior do mundo. Ou à palavra poética de Moacyr Félix: "Sabemos do anzol apenas o que vai até o fácil branco e o facílimo vermelho de sua boiazinha de superfície; o que o chumbo leva ao fundo, o mar, o peixe, a vida do peixe, o nosso desejo preso às giratórias mortes do peixe, o segredo central da pesca, isto nunca sabemos, porque no mar do Mar nada sabemos até o fim: somos sempre o início, como a vaga é sempre o início de outra vaga, como a vaga que, quando isolada, é apenas um temporário espaço de água e sal, jogo de químicas e retortas, sem nenhum movimento capaz de ligar-nos à história do mar, ao seu princípio e ao seu fim."

De vez em quando a barra pesa, você sabe. Daí que leio o Salomão Souza com o seu "Recorte sobre a poesia brasileira contemporânea" e uma vereda se abre. Fina percepção de um movimento que transcende a análise de uma escola ou "igrejinha" e/ou sua comparação com outras. Nem sequer é crítica literária, (por um momento, só por um momento resvala para um quase revanchismo ao referir um "fundamentalismo" e mencionar a Alexei Bueno e Espinheira Filho) mas percepção fenomenológica. Não há demérito para ninguém. Com seu olhar panorâmico faz observações interessantíssimas.

Salomão Sousa levanta-me o astral ao fazer-me perceber que esse vazio na boca do estômago é compartilhado. Mas, claro que é compartilhado, que é sofrido por todos, sem exceção, mas não necessariamente apreendido, detectado e finalmente expresso, por todos. Apenas as "antenas" da humanidade, pensadores, poetas e escritores, por dever de ofício. Assim mesmo a percepção completa, analítica, é posterior. O fato é que a literatura (dentre outras antenas) emite sinais, e os emitiu antes da primeira grande guerra, e entre esta e a segunda, por exemplo. 

Pois Salomão Sousa detecta — como uma forte tendência, capaz de caracterizar uma originalidade expressiva — no panorama da poesia brasileira contemporânea a complexa e paradoxal expressão do vazio. Complexa como se pode apreender da elaboração dos versos dos poetas citados. Paradoxal, porque longe de uma poética destituída de brilho, aliás, muito pelo contrário.

Referindo-se a tal tendência, escreveu Salomão: "... atrai-me na atual poesia de pós-vanguarda essa liberdade de não querer nada — nem engajamento, nem bordado de um texto estruturado numa forma definida, nem a estrutura sólida dos objetos da natureza e da cultura.". Outras características são assinaladas, como agressividade, densidade, sonoridade, sugestão, interioridade, condensação, corte, que não são em absoluto estranhas ao mundo da poesia, razão porque separei, a meu juízo, a instantaneidade, a desconstrução de forma e conteúdo e a ausência de significado explícito como vetores mais importantes dessa tendência a que se refere Salomão. Os três vetores apontariam para um "esvaziamento" semântico que mais corresponde a uma sugestão, a uma pergunta, do que a uma proposta, ou a uma resposta, já que estas, até mesmo pela ausência cada vez mais pronunciada do "eu" no mundo real, deixaram de ter sentido nesse "mundo em cacos" "em que o eu não mais ocupa a figura de centro". A viagem se interioriza. A metalinguagem faz-se presente não para explicar fórmulas, mas para corroborar na pergunta, ou realçar a perplexidade: e agora, em que nos tornamos?

A palavra perdeu o seu sentido habitual. Perdeu o seu sujeito. Está muda, vazia. Está a espera de uma ressignificação. Ou sugere-a num novo sentido não explícito, para nova fruição.

Não cabe perguntar se essa tendência e seus poetas têm ou não razão. O fato, para mim, é que seus versos refletem uma concepção poética que parece "escapar" da encruzilhada em que se mete o mundo, entre o ideal gasto, esfarrapado, e o real fragmentado e anômico, apesar das marcas do desassossego. Como acentua Salomão, referindo-se aos versos de Iacyr Anderson Freitas, "Então, é uma vasta procura e uma vasta dúvida.".

Enquanto isso, Salomão fotografa o mundo com a mesma "neutralidade" dos santos e santas em êxtase: olha, tem coragem, mira o teu rosto. Veja como é belo. Veja como é odioso. Veja como rimos e como choramos. Veja como somos humildes e quanto somos pretensiosos. Veja como a saga humana tem de fantástico o que tem a Arte. Veja como nossa história poderá nos salvar no Século Cem, de Ésquilo! 

Mas, às vezes, às vezes, a barra pesa.

 

Mudando de pau pra cavaco, gostaria de, oportunamente, substituir (ou retirar) na minha página o poema "Quando plantei na lata", por incompleto, inacabado, insatisfatório, mais que os demais. Não sei porque acabou indo com os outros. Quando for possível. E já que falei de "vazios" e de metalinguagem, aqui vai este que bem pode ser o substituto daquele.

Desandar

Caneta, bloco, livros, cinzeiro,
os objetos estão aqui,
estão inertes em sua postura
de objetos em si.

Nada os reúne, nada os convoca
para uma troca existencial.
Diante deles estou perplexo
mudo, deflexo, convencional.

Não há perfumes, não há naufrágios,
nada me toma nem me libera
e os objetos repousam tácitos,
tudo é silêncio, nada se altera.

Cansado e roto recolho antenas
deito-me às penas de não dormir.
Vejo carneiros, conto às centenas,
todos a me balir.


Grande, grande abraço,

LPSantana

19 de dezembro de 2023

Biografia de Euclides da Cunha

Li em três dias o livro Euclides da Cunha - uma Biografia, de Luiz Cláudio Villafañe G. Santos, publicado pela Todavia. Não traz grandes novidades, mas é melhor organizada, de leitura instigante e que traz questionamentos sobre a política, indagando se não foram disputas políticas que levaram à decisão de exterminar os 20 mil cidadãos de Canudos. Peca por não aprofundar as pesquisas sobre as decisões políticas que levaram ao envio de quatro campanhas militares para extinguir o povoado de Belo Monte. O autor traz indagações justas e certamente corretas, mas não se debruça para apresentar respostas efetivas. Ficou faltando um capítulo ao livro para substituir a conclusão. Mas, acredito, é a melhor biografia de Euclides da Cunha disponível no mercado ou até mesmo escrita até hoje. Tem muitos erros que não foram sanados na revisão, mas não são prejudiciais à leitura. O livro só vem demonstrar que a política brasileira é irresponsável, sempre incentivando e praticando a violência (extermínio no caso de Canudos), em vez de apresentar soluções para inclusão dos segmentos marginalizados no processo econômico e da formação dos indivíduos para inclusão dos indivíduos na nacionalidade.








17 de dezembro de 2023

Mais atividades de 2023

👐 17.12 – Saiu no Jornal Opção artigo de Euler Belém, que traz recomendação de 21 livros de poesia, com inclusão de Cascos e caminhos, de nossa autoria. Nada mais incentivador do que terminar o ano merecendo palavras tão incentivadoras de Marcos Fabrício durante nosso encontro no Café com Chero e do Euler Belém no Jornal Opção, que seguem, em parte, abaixo:

É possível que Salomão Sousa, um dos melhores poetas brasileiros em atividade, tenha livros melhores e, quem sabe, mais bem-elaborados. Mas tenho um apreço especial por “Cascos e Caminhos”. Porque, exatamente, não sei. É um dos livros que mantenho à mão e, em certos dias, abro e leio uma ou dois poemas.

Quem é o poeta Salomão Sousa? Um “filho” de João Cabral de Melo Neto que leu e deglutiu o bisavô” T. S. Eliot e o avô” Carlos Drummond de Andrade. É um poeta tão especial que elabora tanto sua poesia que a angústia da influência, diria Harold Bloom, pode ser percebida só com muita atenção. Porque nota-se sua identidade, não exatamente a de outros, nas entrelinhas e, por assim dizer, tramas de seus poemas.

Salomão Sousa é o tipo de poeta cerebral, um construtor milimétrico — um engenheiro com a delicadeza do arquiteto —, que sabe que “secura” e “lirismo” não se excluem. Por vezes, um alivia ou reforça o outro. Há um aspecto a ser mais ressaltado pelos críticos: a presença de um humor refinado na sua poesia.

  👐14.12 – Compareci ao Café e um Chero para participação de lançamentos de livros de vários autores publicados pela Outubro Edições. Encontro de efusiva alegria com o poeta Marcos Fabrício, que acaba de lançar estudo sobre Machado de Assis; com Kori Bolivia, que lançou seu livro de poesia escrito durante a quarentena da Pandemia; e com Clara Arregui e Maria do Carmo. Oportunidade de encontro com José Pastana, da Academia Amapaense de Letras.

👐 14.12 – Comparecimento à livraria Sebinho para o lançamento do livro Ouvir as árvores, do amigo Eugênio Giovenardi. Oportunidade para reencontro com confrades da Academia de Letras do Brasil.


13 de dezembro de 2023

Atividades 2023

👐 👐👐  Saúdo todos os familiares, amigos, escribas de todo o País. Desejo Boas Festas e um 2024 cordato, produtivo, enriquecedor para todos nós, em cultura e em Paz.👐👐👐

Aproxima-se o período das festas de fim de Ano e acumulam-se os compromissos. Não conseguimos participar de todas elas, sobretudo pelo cansaço e também as revisões de saúde em família, que me impediram de estar presente em muitos momentos. Aproveitamos para prestar contas de nossas atividades literária no correr do ano de 2023, na esperança de sermos mais produtivos em 2024. Não conseguimos publicar nenhum livro, mas vários estão prontos e, logo no primeiro semestre de 2024, espero lançar um de poesia e um de crítica. Li e reli muito, escrevi poesia, resenhas e artigos. Tenho procurado participar com espontaneidade amiga e com direito à crítica, pois o meu espírito goiano é mais contestador. Mas geralmente nosso comparecimento serve mais como claquete, pois a troca nem sempre é espontânea, ou talvez exijamos demais. Mas as saíras desejam entrar por nossa porta.

Só participando, compreendendo e produzindo deixamos nossa contribuição. Gostaríamos de ter participado mais, de ter produzido mais, de ter sido mais crítico e receptivo. Não consegui ir a Goiânia, onde centenas de atividades literárias importantes foram realizadas. Com essa minha ausência, não tenho sido lembrado na hora do registro dos autores da história da Literatura Goiana. Quem não aparece não é lembrado – sabemos. Sequer conseguimos participar da reunião de fim de ano da ALAHS, nossa querida academia de Silvânia (GO), minha terra mater.

Me aguardem. Nalgum momento, comparecerei.

 

👐 12.12 – Comparecemos às comemorações do 15º aniversário da Biblioteca Nacional de Brasília, com homenagens aos amigos Antonio é 9.12 – Compareci ao encerramento das atividades de 2023 da Associação Nacional de Escritores, oportunidade em que Luis César Costa proferiu palestra sobre Manoel de Barros, com leitura de vários poemas do nosso poeta que nos deixou em 13 de novembro deste ano.

👐12.12 - Recebi exemplares da revista nº 2 da Academia Mundial de Letras da Humanidade que traz o meu pequeno artigo A desconstrução pela alteridade, em que destaco a importância da alteridade para a construção do processo democrático. 

👐 2.12 – Comparecemos à livraria Sebinho para o lançamento da edição do nº 10 da Revista da Academia de Letras do Brasil, com encontro produtivo e de efusiva alegria com os confrades da academia.

👐 29.11 – Lançamento do livro Pedras encastoadas, do poeta Marcos Freitas, com apresentação de nossa autoria. Oportunidade de encontro com grandes amigos: Kori Bolívia, Flávio Kothe, Anderson Braga Horta, Roberto Nogueira, Francisco Kac, Wélcio de Toledo. A íntegra da apresentação do livro se encontra em meu blog. https://safraquebrada.blogspot.com/2023/11/devaneios-do-poeta-viajante.html?fbclid=IwAR3ISEcouj8NXKrExe4mBPpcHM18-VR9WPOWCw0At5z9wgxyXnLsRTnk0NM

👐 28.11 – Lançamento do livro A geometria flutuante das águas, do amigo José Carlos Peliano. Não pude comparecer, mas o meu filho Carlos Alberto me representou no lançamento, pois não pude sair de casa nesta data. O livro, que é apresentado por Anderson Braga Horta, reúne dois títulos premiados: Tetraedro e Águas emendadas. Ambas trazem a lírica inconfundível do autor, que é intelectual da máxima representatividade da literatura do Distrito Federal.

👐 27.11 – Farei apenas uma referência de meus três comparecimentos à Feira do Livro: de meu encontro com a poeta e fotógrafa Flora Benitez. Trocamos livros. Pessoa de uma energia humana sem par, energia esta que transfere para seu trabalho artístico. Ela sempre participou da vida cultural de Brasília, seja através do Celeiro Cultural ou do Coletivo de Poetas. Seu livro "Ata-me" traz esse humanismo, a sua forma de olhar o mundo, com gestação espontânea de metáforas líricas, de quem gosta de imaginar, de integrar-se. Amo pessoas espontâneas como Flora Benittez, que se transferem para ambiente para criação de harmonia.

👐 11.11 – Saiu a edição do nº 10 da Revista da Academia de Letras do Brasil, com dois artigos de minha autoria: 1) As flores de uma irada sabedoria, que trata do livro Sob os olhos do Ocidente, de Joseph Conrad, 2) A experiência da poesia de Alexandre Pilati, que aborda a poesia desse poeta brasiliense. O material contido em Tangente de cobre enobrece a poesia deste início de Século XXI pelo que expõe, questiona e tangencia. Como conhecedor da poesia drummondiana, com a experiência do seu tempo e das trilhas da poesia, Pilati consegue emular temas contemporâneos e dilatar a composição sem arrogância ou perda de foco. Não há um poema na forma de advertência ou carta endereçada a um outro. Tão drummondiano que põe o boi para sambar. Enfim, Alexandre Pilati consegue cumprir a proposta de dialogar com o seu tempo, eliminar a crise que o acomete e subverte a construção de seus poemas. Não há crise no corpus da escrita de Pilati – pelo menos é o que se pode apurar pela leitura de seu livro. A poesia cumpre o efeito sanitário de apresentar um tempo sadio como o álcool gel que tangencia a superfície e faz a assepsia para que o homem possa transitar livre de contaminação. 

👐 1º.12 – O amigo Antonio Miranda publicou o meu ensaio “A compreensão da poesia” como editorial de seu portal de “poesiaiberoamericana”. Ilustro o ensaio com poesias de Goethe, Eugênio Montale, Valdivino Braz, Delermando Vieira . É um ensaio que eu imaginei por bastante tempo. http://www.antoniomiranda.com.br/.../A%20compreensAo%20da...

👐 20.10 – Por ocasião da comemoração do Dia do Poeta, o site Brasil Escola divulgou matéria sobre a Poesia Brasileira, com a inclusão de meu nome numa lista de 30 poetas “mais renomados poetas brasileiros e um breve comentário sobre cada um”. Senti-me honradíssimo como se tivesse merecido um grande prêmio.

👐 20.10 – Compareci à cerimônia de entrega de medalhas da Olimpíada de Matemática do Distrito Federal, quando minha neta Lyra Andrade Fritas de Sousa recebeu medalha.

👐 19.10 – Compareci à Associação Nacional de Escritores para a quinta-literária com o diplomata Lauro Moreira, que abordou o tema “Marli de Oliveira: poeta apenas de poetas?”, acompanhada de recital de poemas da homenageada. Foi uma apresentação linear, com certo pedantismo. Lauro Moreira falou baixo, tornando ininteligível certas palavras, pois tinha pressa em esgotar o excesso de material escolhido para a apresentação. Ele foi o primeiro marido de Marli de Oliveira, que casou-se em seguida com João Cabral de Melo Netto.

👐 12.10 – A escritora Cássia Fernandes, que escreve crônicas para o jornal O Popular, de Goiânia, postou no Facebook um vídeo com leitura de meu poema “A Segunda biografia da borboleta”. Trata-se de uma das melhores apresentações de meus poetas, junto com as de José Inácio Vieira de Melo e do ator Antônio Moura.

👐 9.10 – Compareci ao Beirute para o lançamento do livro Diminutos, o novo livro de poemas de Angélica Torres, que levou 13 anos para ser publicado. Diz a autora: “Estava pronto em 2010 e desde então foi só crescendo em quantidade de haicais, enquanto não se abriam as portas para o projeto se concretizar.

👐 26.09 – Novamente no Beirute para o lançamento de quatro livros do amigo Flávio Kothe. Há muito tempo não conversávamos tão longamente. Estávamos lúcidos e serenos, haurindo a vida com satisfação pela riqueza de pensar e de ter amigos.

👐 25.09 – Voltei ao Beirute para o lançamento de Sol ridente, oitavo do amigo Pietro Costa, que, em suas próprias palavras, reúne poemas bilíngues (português-espanhol), intrépidos e agradáveis, com versos esbraseantes que trazem a potência do sorriso, do amor e da introspecção, fazendo descortinar novos horizontes de sentir, sonhar e viver.

👐 21.09 – Fui à UnB para uma reunião com Augusto Niemar e Sóter, mas a reunião, desastradamente, não se realizou. Valeu a longa conversa com o amigo Niemar, já que somos goianos, nos entendemos nos costumes e na cultura, bem como na admiração pela poesia do poeta José Godoy Garcia. Valeu ainda a visita à Feira do Livro que estava sendo promovida pela própria universidade (UnB). Ótimas conversas com estudantes, que estão sempre antenados na cultura, demonstrando que o mundo sempre se remoça pelos moços.

👐 17.09 – Reunião familiar para comemoração dos meus 71 anos. Me diverti muito com a pequena sobrinha Manu, que fez uma farra danada ao fazer a leitura de uma estrofe do poema "Há Cadáveres", do argentino Nestor Perlongher. O poema é quase incompreensível em suas mais de 60 estrofes. Sensacional a frase da Manu, dizendo que se as pessoas atiram "há cadáveres ", que é o verso que termina todas as estrofes. E por que as autoridades não entendem essa premissa básica do direito a armas? Lindas as apresentações da neta Maria Clara Silva de Sousa junto com Lucas Martelletti, com a música “Tocando em frente”, e o canto lírico da amiga Marta Teixeira. Os primeiros cumprimentos que recebi pelo aniversário foi do amigo Pietro Costa. Representemos com galhardia e responsabilidade nossos papeis. São palavras dele: “Que nas primícias de cada amanhecer, o sopro divino possa lhe renovar o ânimo, revitalizar seus propósitos e clarear a sua percepção, de modo a usufruir da experiência profunda da vida, em toda a sua poesia, e que jamais se perca da sua invulgar identidade e vocação. Colaciono, no fecho, para propiciar alguma reflexão, os argutos dizeres de William Shakespeare:

 "O mundo inteiro é um palco

E todos os homens e mulheres

não passam de meros atores

Eles entram e saem de cena

E cada um no seu tempo

representa diversos papéis."

👐 16.09 – Lançamento do livro "Poesia Marginal, política e cidade: o percurso poético na construção da identidade cultural em Brasília", do poeta Wélcio de Toledo. O livro traz um percurso poético da construção da identidade cultural de Brasília, com abordagem da poesia da localidade, centrada sobretudo na poesia marginal. Não pude comparecer ao evento do lançamento, mas estou honrado de ser contemplado no livro com citação sobre a obra de José Godoy Garcia.

👐 12.09 – Compareci ao lançamento do livro Sangradas escrituras, de Reynaldo Jardim, que aconteceu na Livraria Travessa. Trata-se de uma reedição, pois o livro lançado em 2009, que reúne toda a obra do poeta, encontrava-se esgotada. Eu tenho a primeira edição, mas adquiri a segunda edição, que, diga-se de passagem, está perfeita. A família está de parabéns pela dedicação à memória e à obra desse intelectual que tanto contribuiu com a poesia e o jornalismo brasileiros.

👐 11.09 – Foi publicado na Amazon o livro digital Bomba, vergonha e guerra, de Joel Cavalcante, que tive a honra de fazer a apresentação. Dono de uma obra vastíssima, constituída de peças de teatro, livros infantis, contos eróticos, monólogos, milhares de poemas, Joel Cavalcante – que aciona em si mesmo a máquina de fotografar sonhos – deixa nesse livro Bomba vergonha e guerra o seu canto em defesa do mundo de amanhã, das crianças que não são responsáveis pelas mazelas atuais, mas que precisam de um destino para combatê-las e, assim, poder recuperar − no futuro que lhes pertence − a escada de Jacó. Escrever serve para reagrupar as partes esfaceladas da realidade, reagrupar encontros que não se perderam, pois podem ser sempre remontados pela admiração da memória. Serve para buscar, para compreender, levar ao outro o que somos. Sempre erramos quando escrevemos para entregar ao outro o que queremos. Mas sempre acertamos quando somos sinceros na escrita para expormos o que vemos, o que sentimos com nosso desejo de ser justo com o caminho que todos trilham. Não escrevemos para imposição de barreiras, mas para desvendamento, iluminação de espaços escuros, onde ainda não chegou compreensão daquilo que deve ser almejado e obtido. Escrevemos para nos tornarmos discerníveis. Do reagrupamento emerge o monstro que irá confrontar o conforto. Mas não há ordem que nos satisfaça, por isso a escrita está sempre tentando reorganizar o mundo de forma a aflorar a esperança. Para essa existência da esperança da criação de realidades possíveis, temos de manter a constância do desejo com a teimosia do imaginário que torna tudo factível. Desejo de estar junto, de desfrutar dos espaços. E a ocupação do mundo não tem nenhum significado se não for partilhada. Escrever para reencontro de irmãos gêmeos, fibrilados pela esperança. Encontro essa missão na poesia de Joel Cavalcante. Corajosa, gritante, reivindicante. Dura na palavra de denúncia.

👐27.8 – Divulgado no Youtube documentário sobre o Mexidão Cultural, evento do Condomínio Verde sob a coordenação do poeta Marcos Freitas. Participamos em dois momentos do vídeo. Sem sombra de dúvida, o evento mais importante do DF produzido pela comunidade. Um evento de interatividade e criatividade. Sempre me orgulho de ter oportunidade de participar. As comunidades de todos os municípios brasileiros poderiam criar seus mexidões para incentivo à cultura e às trocas sociais.

👐 27.8 – Compareci novamente ao Beirute para mais poesia. Desta feita para o lançamento da amiga Váldima Fogaça , com seu livro Que eu leve poesia! Poesia rica de vida, de prazer de estar com a natureza e de existir. O mundo precisa da poesia espontânea, viva, animada, sem rancor. E Váldima carrega esse dom e, com ele, enriquece o mundo de humanismo.

👐 22.8 – Compareci ao Beirute para o lançamento da antologia organizada pela Semim Edicoes sobre a Poesia Marginal em Brasília, Dos 70 aos 70. Poetariado numa zoada danada!!! Integrantes da antologia: Nicolas Behr, Noélia Ribeiro, Vicente Sá, Francisco K, Vicente Sá, Sóter (organizador e editor), Angélica Torres Lima, José Carlos Vieira. Estavam lá Liga Tripa, conversa longa com Antônol Carlos Queiroz.

👐 11.8 – Produzi um pequeno artigo a partir da poesia de Alexandre Pilati , com pequena passagem pelo último livro de Djami Sezostre. A intenção é divulgar os bons poetas e questionar a poesia de nosso tempo. Gratidão ao poeta João Carlos Taveira pelo auxílio na organização final do texto. O material contido em Tangente de cobre enobrece a poesia deste início de Século XXI pelo que expõe e questiona. Como conhecedor da poesia drummondiana, com a experiência do seu tempo e das trilhas da poesia, Pilati consegue emular temas contemporâneos e dilatar a composição sem arrogância ou perda de foco. Não há um poema na forma de advertência ou carta endereçada a um outro. Tão drummondiano que põe o boi para sambar. Enfim, Alexandre Pilati consegue cumprir a proposta de dialogar com o seu tempo, eliminar a crise que o acomete e subverte a construção de seus poemas. Não há crise no corpus da escrita de Pilati pelo menos é o que se pode apurar pela leitura de seu livro. A poesia cumpre o efeito sanitário de apresentar um tempo sadio como o álcool gel que faz a assepsia para que o homem possa transitar livre de contaminação.  

👐 15.8 - Publiquei em meu blog o texto "O Homem e o Poeta Antonio Carlos Antônio Carlos Queiroz", pela oportunidade do lançamento do livro de poemas poemas e próesias, que reúne quase duas centenas de poesia, recheadas de clareza, profundo conhecimento e de experiência da realidade, da política e da cultura antiga.

👐 10.8 - Em dia de perda para a cultura de Brasília, com o falecimento de Dad Squarisi, que foi minha professora no 2° Grau, compareci ao Beirute para encontro de poesia com José Sóter, Francisco Perna Filho, Alexandre Pilati, José Carlos Vieira, Nara Fontes, o Chiquinho dos livros, a Luiza Fariello, da nova safra dos autores brasilienses. Vou retomar a frequência aos eventos. A Dad certamente esteve presente.

👐 2.8 – Subiu para o Youtube, nesta data, a entrevista que concedi ao podcast República Popular das Letras, de Antonio Carlos Queiroz. https://youtu.be/iqCIg2q9XWg?feature=shared

👐 2.8 – Retornei ao Sindicado de Escritores para regravar a entrevista concedida a Antonio Carlos Queiroz para o programa República Popular das Letras, pois a anterior foi destruída por um vírus. Voltamos a falar sobre três temas: a) minha trajetória de vida e experiência literária; b) a importância da poesia de José Godoy Garcia) e c) rápidas observações sobre a poesia de Brasília.

👐 2.8 – Visitei o amigo Antonio Miranda, que aniversaria no dia 5.8. Ele me presenteou com o livro “Celebrando com poesia os 83 anos do autor”, onde dedica poemas aos seus principais amigos, tais como Elmira Semeão, Salomão Sousa (euzinho), Gilberto Mendonça Teles, Antonio Carlos Secchin Luis Alberto Machado, Victor Alegria, Elga Pérez-Laborde, Hilda Lontra e Zenilton Gayoso. O livro traz uma apresentação enxuta de autoria de Ricardo Rodrigues sobre a trajetória de Antonio Miranda.

👐 28.7 – Compareci ao velório da amiga Cláudia Gomes, que trabalhou quase 30 anos na editora Thesaurus (pool de encontros de escritores). Além de participar do design dos livros, ela convivia fraternalmente com os autores.

👐 28.7 – Compareci ao espaço Colabora, na 507 Sul, Avenida W-3 de Brasília, para o lançamento do livro de Fios macos metálicos, do amigo José Roberto, que inclui aforismos e poemas que questionam o destino com valorização das experiências desfigurantes das vanguardas. Sem coragem de estilhaçar as memórias não há construção poética.

Então eu preciso exatamente agora

Daquela gaveta para essas memórias

 

Assar o ontem na grelha do tempo

Um baralho argentino

O velho tarot argelino

Meu chá verde; um pequeno sino

E o lado oculto da tua esfera maçã

👐 25.7 – Agradeço à Academia de Letras de Brasília (ACLEB) a homenagem que me prestou pela passagem do Dia do Escritor (25.7), ato que muito acrescenta à minha carreira de escritor. Foi veiculado banner nas redes sociais com meu nome ao lado de João Almino, Nicholas Behr e de Maria de Lourdes Borges. O texto do banner diz que “Salomão Sousa é popular pela lírica e reflexiva”.

👐 25.7 – Compareci ao Sindicado de Escritores para conceder entrevista a Antonio Carlos Queiroz para o programa República Popular das Letras. Antes da entrevista, circulei pelo Setor de Imprensa, oportunidade em que presenciei mazelas locais: cacos de vidro de uma batida abandonados no meio da calçada, uma boca de lobo aberta na passagem de pedestres, uma fedentina de fezes em frente à Imprensa Nacional (deve ser banheiro aberto das pessoas em condição de rua, sendo que um deles vociferou impropérios em minha direção, pois não dei trelas a ele). Salvou-me a vigília de um D. Quixote que foi instalado no teto de prédio local e dois bem-te-vis que insistiam em não me liberar a passagem. Kori Bolivia gostaria de ver fotos dos bem-te-vis, mas eles foram mais rápidos do que o transeunte, que não conseguiu posicionar a câmera a tempo de fotografá-los.

👐 25.7 – Terminei nesta data a leitura da biografia de Doistoievski, de Joseph Frank. São três mil páginas de profunda análise da vida de Dostoievski, de sua obra e das condições sociopolíticas da Rússia no final do Século XIX, bem como a efervescência jornalística e das correntes de pensamento em que Dostoievski estava metido. São cansativos os capítulos dedicados ao resumo das obras. Como eu tinha lido recentemente "Os Irmãos Karamazov", acabei lendo superficialmente a parte relativa ao resumo desse romance. Mas revisitei a vida de Dostoievski com muita emoção. A sua permanência na Sibéria por 10 anos, 4 como preso carregando grilhões de 5 quilos de ferro e 6 como soldado forçado do exército russo. As suas eternas dívidas, o eterno embate com o pensamento da época, inclusive perigosa interpretação da condição dos judeus presentes na Rússia e na Alemanha. Mas só confirma: construiu uma obra que ombreia com os grandes autores universais, tais como Dante e Cervantes. É um patrimônio construído com muito sofrimento pessoal. Quem for encarar a coleção, vá sabendo que é uma leitura pesada na maioria das passagens.

👐 28.6 – Participei da reunião da Academia de Letras do Brasil destinada à apresentação dos novos sócios: Ruy Espinheira Filho , João de Jesus Paes Loureiro, José Alberto Wenzel e Ester Abreu Vieira.

👐 16.6 – Participei da reunião da Academia de Letras do Brasil destinada à apresentação dos novos sócios. Ruy Espinheira Filho , João de Jesus Paes Loureiro, José Alberto Wenzel e Ester Abreu Vieira.

👐16.6 – Compareci no café-livraria Paradeiro para o lançamento do livro de poemas A casa da poesia no mundo assustado, da amiga Stela Maris Rezende. Estranhei que a livraria tenha aumentado o preço de capa do livro em relação do tabelamento da editora. O preço dos livros já estão tão exorbitantes e ainda tomam uma decisão dessas, de acinte ao consumidor.

👐28.3 – Foi disponibilizada para venda no site da Editora Laranja Original ou em livrarias como Travessa e Amazon a antologia de poesia Contraste da América: Antologia de Poesia Brasileira, um livro com 41 poetas vivos, latinos de língua portuguesa, a miscigenagem em estado de utopia, organizada por Djami Sezostre. Uma honra participar de um livro que reúne importantes nomes da nova poesia brasileira. Mais informações no site da editora. Integram a antologia os poetas Ademir Demarchi, Aidenor Aires, Anelito de Oliveira, Antonio Miranda, Bianka de Andrade Silva, Bruna Kalil Othero, Camila Ribeiro, Celso de Alencar, Claudio Willer, Cristiane Grando, Daniel Osiecki, Demetrios Galvão, Diego Vinhas, Edson Cruz, Eduardo Lacerda, Felipe Teodoro, Floriano Martins, Francesco Napoli, Gabriel Kolyniak, Geruza Zelnys, Helena Soares, Jairo Pereira, Júlia Vita, Lou Albergaria, Lucas Guimaraens, Lucas Viriato, Lúcio Autran, Luiz de Aquino, Luiz Edmundo Alves, Marcelo Ariel, Marco Aurélio de Souza, Micheliny Verunschk, Miguel Jubé, Reynaldo Bessa, Salomão Sousa, Seraphim Pietroforte, Tarso de Melo, Vanderley Mendonça, Vera Casa Nova, Vinícius Lima, Waldo Motta.

👐10.3 – Deixei de participar dos lançamentos da antologia do Coletivo de Poetas por discordar do texto do organizador inserido na mesma. Produzi um manifesto a propósito da antologia Brasilidade, produzida em regime de financiamento coletivo pelo coordenador do COLETIVO DE POETAS, no qual manifesto inconformismo com o miniensaio do organizador introduzido na obra sem ter sido submetido aos financiadores. “O miniensaio não tem ordem, traz verbetes jogados ao acaso, com conteúdo que em nada interessa ao tema do livro (de ditadores, sobre inflação, Novacap, Janis Joplin, Bob Dylan), dando a impressão que foram sacados de um arquivo pessoal ao acaso, só para o autor pôr em relevância a sua memória pessoal. Não me ocorre em momento algum que Brasília tenha albergado algum artista por nome de Figueiredo e ou de Newton Cruz. Só contribuímos para a sanidade com o esquecimento. Essas figuras não podem andar emparelhadas com a poesia.” Temos a maior admiração pelo cineasta Vladimir Carvalho, mas nada justifica que ele seja contemplado com quase dez páginas do miniensaio numa antologia custeada pelos próprios poetas. Uma descortesia do organizador, que aproveitou a obra para fazer homenagens pessoais, que sequer têm justificativa para inclusão na proposta do livro.

👐9.3 – Participei da Assembleia Geral Extraordinária da Associação Nacional de Escritores destinada a aprovar a alteração do Estatuto da instituição.

👐3.2 - Produzi uma nota sobre o livro "Até minha terapeuta sente falta de você", da poeta Elisa Marques. São poemas minimalistas, com mensagens diretas, questionando a perda, o esvair do que foi: "os pedaços de ti que achei que nunca/me deixariam". Mas há permanência no amor? Remete-nos a Nagisa Oshima, no filme "O império da paixão", que discute o quão destrutivo é a permanência da pulsão amorosa (sexual). Deixo para autoridades apropriadas a discussão da questão mulher lésbica e LGBTQIA+, conforme expresso na ficha catalográfica.

👐 3.2 - Reli pela terceira vez "Coração nas trevas", de Joseph Conrad, e revi o filme Apocalipse Now, de Copola, baseado livremente nesse livre.

👐23.2 - Terminei a leitura do livro "1000 anos de alegrias e de tristezas", livro de memórias de Ai Weiwei. Ontem faltou luz em meu bairro. Eu poderia dizer que escrevi um poema em razão da falta de luz ou de um pensamento de Ai Weiwei: "Quando a autoridade determina o sentido, o pensamento independente não existe, e tudo é extensão do discurso de poder."

👐 20.1 - Leonardo de Magalhaens, de Belo Horizonte, em seu canal Literatura Agora, ao apresentar livros de poesia, lê um poema meu que foi incluído pelo poeta Rogério Salgado na antologia Cena Poética nº 8.

https://www.youtube.com/watch?v=r9lTpEK5w2s

👐9.1 - A Casa do Poeta Peruano me convidou para me reunir num vídeo a poetas de vários países da Latinoamérica e de seu país para expressar solidariedade ao povo daquele país pelo momento polcaítico grave que vive. Assistam o vídeo e deixem o incentivo à Paz e à Democracia.

youtube.com/watch?app=desktop&v=e5aR41Kd4bg&feature=youtu.be&fbclid=IwAR3bCrNB8ZgeQXpRF1_orSue6UMWOIeZlTuYRUk3pIQ3wrmwBPAZrnREU0o

👐19.1 – Participei da segunda reunião da Academia de Letras do Brasil, destinada à eleição de novos membros. Foram eleitos:

1 – Cadeira VII – Patrono: Lima Barreto; Candidato inscrito: José Alberto Wenzel;

2 – Cadeira IX – Patrono: Da Costa e Silva; Candidato inscrito: Antônio Lisboa Carvalho de Miranda;

3 – Cadeira XVIII – Patrono: Cassiano Ricardo; Candidato inscrito: Anderson Olivieri Mendes;

4 – Cadeira XX – Patrono: Cornélio Pena; Candidato inscrito: Ruy Espinheira Filho;

5 – Cadeira XXIII – Patrono: José Lins do Rego; Candidata inscrita: Ester Abreu Vieira de Oliveira;

6 – Cadeira XXV – Patrono: Emílio Moura; Candidato inscrito: João de Jesus Paes Loureiro;

7 – Cadeira XXIX – Patrono: M. Cavalcanti Proença; Candidata inscrita: Luiza Leite Bruno Lobo.

Na categoria de membros correspondentes estrangeiros:

1 – Cadeira I; Candidato inscrito: Abhay Kumar (Índia);

2 – Cadeira II; Candidato inscrito: Indran Amirthanayagam (Sri Lanka/EUA);

3 – Cadeira III; Alfredo Pérez Alencart (Peru/Espanha);

👐15.1 - Produzi um pequeno texto (A desconstrução pela alteridade) para destacar a importância da alteridade para a construção do processo democrático. O tema aflorou dos recentes acontecimentos terroristas, depois de uma troca de mensagens com a poeta Kamilly Barros. Agradeço a Kamilly a permissão para a inserção de seus comentários em meu texto. Isso já é alteridade. O texto está em meu blog, conforme link abaixo.

https://safraquebrada.blogspot.com/2023/01/a-desconstrucao-pela-alteridade.html?spref=fb&fbclid=IwAR0abnBc7ApHK8p20BGwBA6gHfudcQ1u-XeeaX_ec04zfrnmK0pa3kdd3tI

 👐14.1 – “Jornal Cidade”, de Uruaçu (GO), publica meu poema “A disputa”. Editor-Geral: Jota Marcelo.

https://jotacidade.com/coluna/cultura-educacao/?fbclid=IwAR2Q-yhKuSxy08NmmI0oHH-QRfCcmUDO4ynBFQC_gNsRin0db1sN52daNDQ

👐12.1 - Assisti ao filme “Bom trabalho”, que está nessa caixa Diversidade, que foi incluído entre os grandes filmes mundo da revista Sight and Sound. E este filme não está em streaming no Brasil, só mesmo no catálogo da Versátil. Um filme bem poético, que traz fotografia impecável, sobre o cotidiano militar de um grupo da Legião Estrangeira. Gosto de filmes reflexivos, com paisagens vazias, onde reside a poeticidade do mundo. Prato cheio para quem quer fugir um pouco de Hollywood.

https://safraquebrada.blogspot.com/2023/01/a-desconstrucao-pela-alteridade.html?spref=fb&fbclid=IwAR0abnBc7ApHK8p20BGwBA6gHfudcQ1u-XeeaX_ec04zfrnmK0pa3kdd3tI

👐 08.1 – Publiquei em meu blog o artigo O envenenamento político da nacionalidade.

https://safraquebrada.blogspot.com/2023/01/o-envenenamento-politico-da.html?fbclid=IwAR0OdusMG99TQJeLpY2BeR6RhPMma4CNrhfmTUkDWmF9sPbeIbBVItcZkRs

👐 4.4 – Participei do ciclo de lives realizada pela amiga Noélia Ribeiro, com Reynaldo Damazio e Iracema Ribeiro, para leitura de poemas e manifestação sobre o ato de escrutira poética. A live está disponível no canal da Noélia Ribeiro.

👐 20,5 – Participei da Maratona de Poesia, iniciativa do Sindicato dos Escritores do DF (Sindescritores), em parceria com o Instituto Fazer o Bem e com o Museu de Arte de Brasília, em homenagem a Anderson Braga horta. Durante 24 horas, poetas da cidade apresentaram poemas autorais ou não, com participação aberta à comunidade. A ação contou com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (SECEC). A apresentação está disponível no youtube.

👐 20.5 – Participei da 9ª edição do Mexidão Cultural do Condomínio Verde, com organização de Marcos Freitas, com os seguintes poetas convidados: Adão Paulo Oliveira, Adeilton Lima, Ana Rossi, André Giusti, Angélica Torres Lima, Antonio Miranda, Cillas Amaral, Edelson Nagues, Edmilson Figueiredo, Eliane de Sá, Ferdinand Bezerra, Flávio R. Kothe, Flora Benittez, Ismar Lemes, Jorge Amâncio, José Edson dos Santos, José Garcia Caianno, José Roberto da Silva, Kori Bolivia, Luis Turiba, Luiz Felipe Vitelli, Marcelo Porlan, Marcos Fabrício, Marcos Freitas, Mardson Soares, Menezes y Morais, Nicolas Behr, Noélia Ribeiro, Nonato Véras, Osmar Coelho, Paulo Varadero, Raphael Mendes, Reginaldo Gontijo, Roberto Medina, Rossini Neto, Salomão Sousa, Sóter, Vanderlei Costa, Vanessa Trajano, Vicente Sá, Wélcio de Toledo e Yonaré Flávio. Foi publicada uma antologia digital com os poetas convidados, que se encontra disponível na Amazon.

👐 11.6 – Recebi o exemplar do nº 9 da Revista da Academia de Letras do Brasil, que traz o meu artigo O envenenamento da política nacional.

 

Cosmópolis

Infelizmente, tenho de confessar que não encontrei coerência no filme  Cosmópolis , de Francis Ford Copolla. Não há um discurso que possa se...