O livro Versos Magros, de Fábio Santiago, alagoano que reside em Curitiba, está disponível na página da Kotter Editorial. Trata-se de uma editora que tem publicado bons poetas. Tem em catálogo também o livro Intramuros, pela Penalux.
Trata-se de um poeta que já palmilhou um bom pedaço do caminho da poesia. Como o título bem indica, Versos Magros, e o formato espacial da poesia, Fábio Santiago ajusta os textos em recortes que possibilitam a extinção do discurso, com uma retórica que não está preocupada em cativar, mas com a obrigação de não se desfilhar da filologia da história contemporânea e da paisagem por ele vivenciada. Há momento inclusive de aventura pós-concretismo. Mas a poesia que vem das pós-vanguardas, nesse choque com a elipse comunicativa das redes sociais, não dá para negar que novos rumos tenham de ser traçados para a poesia atual e, sobretudo, para a que virá. No entanto, Fábio Santiago consegue se safar desse universo enganoso da comunicação explícita das redes. Confirma o seu tempo, pois escolhe se diferenciar. Não excede na afetividade, experimenta neologismos, e não teme aproximar-se da realidade para limpá-la com “líquidos cor de urina”. É uma poesia sem gracejos, que se firma pela objetividade.
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