31 de janeiro de 2011

Projeto cinematográfico de Juquinha e Miguel Jorge

Estive em Goiânia neste final de janeiro. Não programei nenhum encontro antecipadamente — deixei que eles surgissem de forma expontânea. Passei quase dois dias com meu amigo Vassil Oliveira — um dos principais jornalistas de política em atuação em Goiás. Depois, almocei com Euler França Belém, que não pode alongar nosso encontro, pois estava envolvido no fechamento de mais uma edição do Jornal Opção.

E, noutro dia, enquanto aguardava o Vassil Oliveira e o Euler Belem, tropecei na troupe do Juquinha e do Miguel Jorge, que estão envolvidos na produção do filme "Os dois mundos de Zé da Fé". Produção-executiva de Juquinha e roteiro de Miguel Jorge, o filme contará só com atores goianos. Eu soube que eles vem se reunindo ali num café do shopping para fechamento do projeto. Fiquei ali no meio dos atores e dos produtores e senti-me integrado à euforia de todos. Por isso não abandono a cultura: a euforia.

Aproveitei para pedir os autógrafos do Miguel Jorge e do Juquinha para a série que venho publicando aqui no blog. Ei-los abaixo. Sucessos na realização do filme — são os desejos deste coração goiano. 

Autógrafos do blog — Miguel de Jorge

Foto: Salomão Sousa
MIGUEL JORGE — romancista, contista, teatrólogo, poeta goiano 

Autógrafos do blog — Juquinha

Foto: Salomão Sousa
Juquinha — apresentador, ator e humorista goiano.

15 de janeiro de 2011

Jaime Gil de Biedma

Enquanto o tempo passa modorrento sobre a minha produção poética e não publico uma resenha que está pronta sobre o livro O punho e a renda, de Edgar Telles Ribeiro (não muito favorável, diga-se de passagem), por falta de espaço em jornal, posto aqui a tradução que fiz de um poema do espanhol Jaime Gil de Biedman, que julgo excepcional pela temática.


AMIZADE ETERNA


Jaime Gil de Biedma

Passam lentos os dias
e muitas vezes estivemos sós.
Mas logo vêm momentos felizes
para fazer amizade.
                          Veja:
somos nós.

Decididamente um destino conduz
as horas, e brotou a companhia.
Chegavam as noites. Por amá-las
nós incendiávamos as palavras,
as palavras que logo abandonamos
para elevarmos mais:
começamos a ser companheiros
que se conhecem
acima da voz e dos gestos.

Agora sim. Podem elevar-se
as palavras gentis
— essas que já não dizem nada —,
flutuar ligeiramente no ar;
pois nos encontramos enlaçados
no mundo, lenhosos,
de história acumulada,
e está plena a companhia que criamos,
frondosa de presenças.
Atrás de cada um
vela a casa, o campo, a distância.

Porém, silêncio.
Quero dizer algo.
Apenas quero dizer que estamos juntos.
Às vezes, ao falar, alguém esquece
seu braço sobre o meu,
e ainda que esteja calado, agradeço,
pois há paz nos corpos e em nós.
Quero dizer como trouxemos
nossas vidas aqui, para contá-las.
Largamente, uns com os outros
no canto falamos, por meses!
que não compreendemos bem, e na lembrança
o júbilo se parece com a tristeza.
Para nós a dor é terna.

Ai o tempo! Tudo já se compreende.

RETRATO, poema de Antonio Machado

Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como...