25 de outubro de 2012

Meus amigos no Jabuti



Noto que hoje, relacionamo-nos muito mal na literatura. Aí pelas décadas de 70, 80, todos os escritores se comunicavam, se diziam amigos. Numa lista de 87 autores premiados no Jabuti, em 2012, posso dizer que sou amigo de dois autores, e quase amigo de um terceiro (já que trocamos alguma correspondência) sendo que, na minha área, - poesia – não troquei até agora sequer um scrap em rede social com os três autores premiados.  Parabéns a todos os premiados, especialmente aos meus amigos Stela Maris Rezende, Edival Lourenço, e Chico Lopes.  

Infantil
1º - A mocinha do Mercado Central - Stella Maris Rezende - Editora Globo
2º - A guardiã dos segredos de família - Stella Maris Rezende - Edições SM

Romance
1º - Nihonjin - Oscar Nakasato - Editora Saraiva
2º - Naqueles morros, depois da chuva - Edival Lourenço - Editora Hedra
3º - O estranho no corredor - Chico Lopes - Editora 34

Poesia
1º - Alumbramentos - Maria Lúcia Dal Farra - Editora Iluminuras
2º - Vesuvio - Zulmira Ribeiro Tavares - Companhia das letras
3º - Roça Barroca - Josely Vianna Baptista - Cosac & Naify

20 de outubro de 2012

Ajuste com a infância através da leitura de André de Leones



Nesta manhã de sábado, enquanto aguardo o dia se ajustar ao horário de verão, repasso rapidamente o romance Dentes negros, de André de Leones. As imagens inseridas ao texto do livro, a busca de raízes, o percurso dos personagens num movie road, remetem-me a algumas reflexões da minha infância.
Mas ainda não será desta vez que irei abordar criticamente um livro de André de Leones (e já abordando!). Estas palavras é mais para dialogar comigo mesmo.
Talvez por sermos de Silvânia, prazerosa cidade histórica de Goiás, e eu e sua mãe termos vivido uma juventude de íntima e construtiva amizade, tive o privilégio de ter sido um dos primeiros leitores de um livro dele. Livro inédito, de poesia. Ele já vivia sua inquietude e sua busca, rumo à maturidade. Lembro-me de nosso encontro na casa de minha irmã.
Em Dentes negros, os personagens, mesmo apregoando que não tiveram infância, vão rememorando pequenos fatos, que não deixam de ser a formação de uma geração: a do próprio André de Leones, que perdeu a intimidade com ruas raízes para ativar a intimidade com o humano. Basta ver que as imagens integradas ao texto não trazem nenhum vulto de ser vivo. O que já comprova a mudança do formato de as gerações formarem as imagens da infância: os locais destas imagens de André de Leones, para mim, sempre aparecerão povoadas de pessoas, pássaros e outros animais da infância. E da própria maturidade, quando de meus retornos a estas paisagens. Acredito que eu não conseguiria flagrar estas paisagens de Dentes negros esvaziadas de humanidade. O esvaziamento das figuras da infância é um dos fatores da produção de rancor. Por isso eu digo que todas as contradições de minha infância e de minha juventude estão resolvidas: o bulling, a pobreza, a exploração do trabalho infantil, tudo. Insito: tudo isso está integrado à minha aprendizagem de nacionalidade e de minha própria personalidade.
A geração que veio com o surgimento da “geração tela” (só para usar da sabedoria de Harold Bloom) que é a de André de Leones , não tiveram e não terão a mesma formação das gerações anteriores. Aí as dificuldades de os personagens de Dentes negros se identificarem com o passado.  Dentro da velocidade, com espaços que sempre estão se modificando, sobra muito pouco tempo para a geração tela se deter no homem com contato visual e físico.
Dentes negros, e espero que assim seja com todos os futuros livros de André de Leones, é de temática atual, oportuno e que merece ser adotado nas escolas goianas, para que a juventude se veja e, assim, veja se é isto mesmo que quer. Só um autor desta geração que agora se forma para registrar as contradições do homem novo que vai se formando no país. A minha já está muito distante da infância para se aborrecer com as próprias origens, mas que mantém a esperança e a luta para que o homem do Planeta, do Brasil, das pequenas cidades silvanienses vá se formando com dignidade e ética, satisfeito consigo e com a nacionalidade.

17 de outubro de 2012

José Inácio lança livro em Brasília

José Inácio Vieira de Melo, poeta atuante e atual, generoso, de mil e uma redes de literatura, lança seu novo livro em Brasília. Importrante para quem for ao lançamento: a data correta é dia 24. Apresentação do amigo Antonio Miranda. Todos colocando o evento na agenda. 

RETRATO, poema de Antonio Machado

Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como...