Octavio Paz versus Chico Buarque
Assim que foi lannçado, ouvi o disco "Chico", de Chico Buarque. Um disco lírico, de andamento lento, bem distante da música rítmica, ágil das baladas atuais. Um disco bem de um voyeur, sobretudo das mulheres (tremeluzir da saia). Talvez isso — o excesso de poeticidade em conjunto com a lentidão rítimica — ainda tenha trazido ainda mais dificuldade para a voz do Chco Buarque. Acredito que é um disco que precisava de mais convidados para que os músicos, e o próprio Chico, ganhassem em soltura. O Chico cantor está preso e, com isso, os músicos também ficam presos. Não há a leveza que os jazzistas conseguem em seus discos.
Mas o Chico, só de de dizer que existe, não é um velho. A música do Chico nunca será velha para os seus amantes. O que é seu velho, em arte? Ora, estar fora de seu tempo. Para a juventude, a música do Chico está velha, pois é uma juventude sem nenhuma causa, uma juventude só rítmica, movimento. E o Chico, não: é música. É palavra. Será que se aplica a ele o qu…
Mas o Chico, só de de dizer que existe, não é um velho. A música do Chico nunca será velha para os seus amantes. O que é seu velho, em arte? Ora, estar fora de seu tempo. Para a juventude, a música do Chico está velha, pois é uma juventude sem nenhuma causa, uma juventude só rítmica, movimento. E o Chico, não: é música. É palavra. Será que se aplica a ele o qu…