18 de fevereiro de 2011

provocações em tom de jazz

Em resposta a uma provocação de um amigo, respondi por email:

Há uns jazzistas que são medianos. E este é o caso de Jamie Cullum, Harry Conick e muitos outros. Há muito eu ouço aqueles músicos que não se preocupam em fazer sonoridades muitos óbvias. Mas estes jazzistas medianos preparam o público para o que virá depois - John Coltrane, Wynton Marsalis, Miles Davis, Charlie Parker, Louis Armstrong. Mas, em arte, música e etcaterva, não há o que ter preconceito, mas deleite. Use e abuse daquilo que lhe agrade. Mas ouça o disco "Ah Um", de Charles Mingus, ou "Take Five", de Dave Brubeck. E verá que há uma suscetibilidade reservada só cabe aos eleitos.

10 de fevereiro de 2011

O everest em que me descubro
partido em cubos,
em pinos de mim mesmo.
Pousa só a áspide do gelo,
só o sopro do cuspe do vazio.
Cansar de estar no alto,
de estar no frio.
Após, em espamarrar,
atravessar um osso,
encobrir uma carne justa.
Esquartejar tuas grândulas
em ofertantes chakras.
Descascar cores, tintas
dos pontos que me encostas,
dos cimos que te elevam.
O meio anda revolto,
cimo que se cansa
de ficar tão longe,
em espasmos contra a secura.
Aguardo o estado
em que estarei exânime.
Nas tonturas que dizes
sou aprendiz de tantras,
de cravos agarrados em sangue.

3 de fevereiro de 2011

Antonio Costa Neto

Antonio Costa Neto — "Bugi" para quem é de Silvânia — é tudo, talvez até um louco. Estudioso da educação, irrequieto, daqueles que tem pressa por uma Brasil lindo, daqueles que não quer partir antes de ver uma sociedade brasileira educada e rica em cultura.  (ver o blog Mudando Paradigmas para informações oficiais sobre sua trajetória profissional  e sobre seus trabalhos).

O que temos mais em comum, além das idéias, é a amizade de nossos pais durante o período de nossa juventude. Eram parceiros de buraco.

E agora descubro que ele é também um pintor experimental, ousado. Fui à exposição que ele apresenta no Ministério da Fazenda. Sem sua permissão, e mal fotografado, deixo aqui os seus "Peixeis em Borbotão" ilustrando a nossa amizade.

Reynaldo Jardim

Faleceu nesta terça-feira (2.2.2011) o poeta Reynaldo Jardim. Não fomos daqueles amigos de carteirinha, mas sempre nos encontrávamos nos eventos culturais e nas paradas de ônibus aqui em Brasília Brasília. É vasta a informação disponível na internet sobre este poeta extaordinário, que continuarei admirando pela eternidade. Eternidade é aquilo que não morre — e aí ficarão a lembrança e a poesia de Reynaldo Jardim.
  
Já escrevi a minha árvore / no papel de puro asfalto.
Já plantei os filhos meus / nas terras di sibressalto.
Já dei à luz as palavras / plantadas no corpo e alma.
E cumprindo meu destino/ restauro com toda calma
o carma que vou levando / lavando bem minha alma
Meu relatório final / que não salva, nem perdoa
à toa na praia e selva / na volúpia da garoa
sangrando mel, faca fria/
bem temperada alegria / na rebelião mais cruel.
A noite desova o dia / a vida faz seu papel

RETRATO, poema de Antonio Machado

Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como...