28 de dezembro de 2010

josé carlos peliano

Década de 2011
(Bsb 28/12/10)
dê cada emoção de si
de cada sentimento seu
de cá da roda da vida
década inteira
que a década seja inteira
de cá da roda da vida
de cada sentimento
dê cada emoção de si
a cada, qualquer, como se fosse a você

24 de dezembro de 2010

Luiz Martins da Silva

Amar sem fim
 
 
 
Amar a esmo,
A qualquer ser.
Até a lesma
Sabe lhe lamber.
 
Amar é o Verbo,
Palavra-clave,
Parábola-chave,
Chama do verso.
 
Amor sem limite,
Do grão ao Graal,
Da gota ao mar,
Da flor ao infinito.
 
Onda de encanto,
Formiga no tempo,
Abelha e baleia.
 
Chuva ou vento,
Pólen ou poeira,
Homem ou sereia.

21 de dezembro de 2010

Joilson Portocalvo

Também não me encho, (das coisas desses dias)
mas fico ancho
por ter a amizade docês
não somente no dia que a
semente nos é oferecida
mas em todos os dias que
ela pode brotar em todos nós.

(taí o 1o cartão de feliz natal
             que ouso responder)
                                           abraçodojoilson

Heleno Godoy

Noite de Natal, 2010

Num ano, perde-se o pai; noutro, ganha-
se um neto e, no entanto, não se trata de,
após a flor, aguardar pelo fruto e por sua
semente consequente, nova possível rama

e rumo, como se numa sucessão ou rota.
Nesta noite, como em outro qualquer ano,
este anjo apenas de novo iludir vem sonhos
nossos, oferecer-nos essa sensação que não

sacia jamais nossa fome sempre e cada vez
maior, pois é somente isso o que este anjo,
nesta noite, nos proporciona: não a supres-
são pela ordem, nem a possível sequência;

só mesmo esta repetição, mais nada, como
se jamais soubéssemos ou pudessemos dis-
tinguir, nesta noite, o que é esperança do
que não passa de mera ilusão da eternidade.

Dimas Macedo — Natal


Os Sinos de Natal
são cristalinos
testemunhos de Deus
e fazem bem.

Os Sinos de Natal
nas Torres de Belém
tocam matinas de luz
para um menino.

Nos Sinos de Natal
bronzes divinos
se fundem
e fazem hinos de amor
ao Santo Graal.

Nos Sinos de Natal
a minha infância adolesce
e em seus badalos de ouro
eu ponho a minha prece.

Ouço Jesus falando
em suas partituras.
Teço escrituras de luz
às notas musicais
dos Sinos de Belém.

24.12.2010


Resposta de Francisco Kaq

Não sou o Sousa
nem a Francisca
mas saúdo
(e subscrevo)
suas sentenças
natalinas
plenas de
encanto e 
salomônico
saber;
e se o vinho
afogueando
me sobe,
audacioso
eu somo:
outro alimento
esteja em
nossas mesas,
almas,
cabeças...
pois também de
palavras
sonoras
pungentes
viveremos
em 2.011.
Francisco K

13 de dezembro de 2010

Mensagens natalinas

Publico aqui dois poemas que recebi entre as mensagens natalinas que já me foram enviadas neste fim de ano. O amigo Sérgio Gaio encaminhou um poema de Anderson Braga Horta, e Miguel Jorge encaminhou um poema de sua própria autoria. Saúdo a todos com estes poemas dos meus amigos.

JESUS


Anderson Braga Horta

Noite clara em Belém. Canta em surdina
o luar no firmamento constelado.
Natal — noite de luz, noite divina.
Cristo — um lírio na treva do pecado.

Brilha agora, no céu da Palestina,
meigo, intenso clarão abençoado:
do espaço, a Estrela aos simples ilumina
o berço do Senhor recém-chegado.

Os Reis Magos e os cândidos pastores
dão-lhe incenso, ouro e mirra, hinos e flores...
E o Menino, alegrando-se, sorria.

José fitava o céu, todo ventura.
E as estrelas, chorando de ternura,
cintilavam nos olhos de Maria.

POEMA DE NATAL COM ÁGUA

Miguel Jorge
                                  
Do menino se via os pezinhos cruzados,
o sol, nas águas do seu corpo,
secava os cabelos prateados.

Em meus olhos, outro menino
na Manjedoura, talhado em ternura,
nada sabe do mundo.

E se fosse somente pelos pés, um menino
seria o outro, afora a costura do tempo.
As alucinações do mundo, as mesmas,
a desorganizar sonhos em imagens
pelo planeta. 
                                              
Que fosse por este Natal, o encontro das raças.
De alguém a atar abraços, os dedos assim,
entrelaçados ao acaso. A vitória do amor, na
leveza do silêncio que o alimenta.

Entre um céu e outro, o sol enche de luz
os objetos. Bichos e santos num instante
de eternidade a se renovar naquela noite.

A chama da beleza rudemente acesa floresce
as distantes manhãs: e que nada se diga dos
mistérios dos corações, as águas dos rios
a destrançar hemisférios.

É Natal! Deito-me e o nome continua
a ecoar enorme dentro de minha infância:
É Natal!

Um breve rumor de palavras escritas
na alma e, outras tantas, que mudas,
ficaram por se dizer.
É Natal! Precisamos justificar
o peso do tempo que passa,
pesa e nos enlaça.

8 de dezembro de 2010

Série de autógrafos do blog

Nesta segunda-feira (6.12.2010) aconteceu a anual festa de confraternização da Associação Nacional de Escritores (ANE), da qual não sou só sócio, mas aluno de poesia, pois foi nela que convivi com grandes poetas de Brasília ou que passaram por Brasília. Desde meus tempos de estudante de Jornalismo que eu passava noitadas sentado ao lado de Domingos Carvalho da Silva, Fernando Mendes Viana, Esmerino Magalhães Jr., Anderson Braga Horta, e de Luiz Beltrão e da Prof. Zita — estes meus professoras no CEUB.

Aproveitei, durante a confraternização para coletar alguns autógrafos para inclusão no blog.  São escritores de minha íntima convivência e de grande importância para história cultural do Distrito Federal.

Terezy Fleuri de Godói — poeta, lançou recentemente um livro de haicais, com nossa ligação afetiva por Goiás;
Danilo Gomes — cronista, alegra-se ao encontrar os amigos nos jornais;
José Jeronymo Rivera — tradutor, irmão siamês de Anderson Braga Horta, de vasta cultura humanista;
Anderson Braga Horta — poeta, redundância destacar a sua importância para a poesia de Brasília e do Brasil;
José Carlos Brandi Aleixo — humanista, participante das principais entidades de cultura do Distrito Federal;
Napoleão Valadares — estudioso de João Guimarães Rosa, vivente do Urucuia, defensor ferrenho da Associação Naiconal de Escritores;
Fontes de Alencar — atual presente da Associação Nacional de Escritores, jurista e administrador, vívido participante das entidades culturais de Brasília.

Autógrafos do Blog — Danilo Gomes


Foto: Salomão Sousa

Autógrafos do Blog — Anderson Braga Horta

Foto: Salomão Sousa

Autógrafos do Blog — José Jeronymo Rivera


Foto: Salomão Sousa

Autógrafos do Blog — Napoleão Valadares

Foto: Salomão Sousa

Autógrafos do Blog — Fontes de Alencar


Foto: Salomão Sousa

Autógrafos do Blog - José Carlos Brandi Aleixo

Foto: Salomão Sousa

Autógrafos do Blog - Terezy Fleuri Godói

Foto: Salomão Sousa

30 de novembro de 2010

O falecimento de uma mãe



Ao Demetrius Cruz

O mais justo é o silêncio!
A mãe é uma grande flor no caule!
Ainda na intempérie, afaga.

Se se esgota o tempo da flor,
és o fruto.

RETRATO, poema de Antonio Machado

Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como...