22 de abril de 2013

ATUALIDADE DE KANT


 
                                                                        Para Salomão Sousa, meu amigo
 
Num 22 de abril como hoje, só que em 1724 (há 289 anos, portanto!), nasceu, na Alemanha, Immanuel Kant. Sua obra de filósofo é um dos monumentos culturais da civilização ocidental, constituindo autêntica bússola a orientar a humanidade na direção de uma existência pautada por princípios éticos e valores morais.
 
Uma de suas lições mais divulgadas é aquela segundo a qual "somos todos iguais pelo dever moral". Reúne, em síntese perfeita, igualdade e moralidade, ou seja, a ninguém é escusado, sob qualquer pretexto, fugir do mesmo dever de agir moralmente.
Se um indivíduo, no âmbito de determinado grupo, conquista uma posição de prestígio acadêmico, tal circunstância não o libera de manter-se íntegro, intelectualmente honesto e socialmente justo.
 
Convidado a avaliar certas manifestações culturais, o docente deve, necessariamente, conhecê-las em toda a sua extensão. Não o fazendo, seja lá por que motivo for, impõe-se que se abstenha, passando a tarefa a outrem. É o cumprimento de um dever moral, que vale para todos, sem exceção. Não há vestais para Kant. Muito menos donos da verdade.
 
Insistir em avaliar algo, sem lhe penetrar o inteiro teor e os fundamentos, é algo moralmente reprovável, ainda mais se tal avaliação descamba para o terreno do juízo político, incluindo comentários de ocasião sobre a atuação de homens e partidos que nada têm a ver com o objeto da indagação originalmente formulada e, numa etapa seguinte, tristemente negligenciada.
 
Em linguagem kantiana, a hipótese se afigura assim: eu não cumpro meu dever moral de cidadão, mas a política ao meu redor está podre. Ora, a podridão advem exatamente do não cumprimento, pela cidadania, de seus deveres morais quotidianos e básicos, perante todos, em todas as situações. O resto é cinismo, empáfia, arrogância, mentira de tigres de papel (literalmente).
Kant viveu quase 80 anos, vindo a falecer em 12 de fevereiro de 1804. Viva Kant!
 
FÁBIO COUTINHO

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