3 de abril de 2015

Basta

Basta que ocorra a visita
e talvez o sólido seja a amizade
a fervura de uma casa
quase inútil se não chega outro olhar


Basta que se interponha na paisagem
o rosto juvenil que se aninha
no linho dos desenhos
Basta o colar ao colo
e ao imaginário virão os alinhavos
na hora sexta das paixões mortas


Basta o Deus perdulário
deixar no galho o veludo do cogumelo
o desenho de um rosto de deserto
o forno com o hálito do peixe
e também o prurido de um cão

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