Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
16 de agosto de 2007
Morrem os homens, e poucos deixam suas lendas.
Max Roach, um dos bateristas que — ao lado de Art Blakey — mais marcaram a história do jazz, morreu nesta quinta-feira, 15 de agosto de 2007, aos 83 anos, num hospital de Manhattan. Nos últimos anos já estava afastado da atividade musical devido a uma enfermidade cerebral (hidrocefalia). Suas últimas sessões de gravação são de 2002.
Ficam suas impecáveis gravações, que começaram em 1943, para a editora Apolo, ao lado de Coleman Hawkins. Trabalharia depois na orquestra de Benny Carter, e no quinteto de Dizzy Gillespie. Em 1945, Max Roach já participava do círculo mais importante do jazz, principalmente por integrar o combo de Charlie Parker.
Em 1952, fundou com Charles Mingus, a Debut Records, que lançou a sua primeira sessão como líder, e participou do histórico concerto no Massey Hall ao lado de Mingus, Parker, Gillespie e Bud Powell (está registrado em disco como The Quintet). Em 1954, Roach formou um quinteto que incluía o mítico Clifford Brown, recomendado por Gillespie alguns anos antes. Este quinteto realizou diversas gravações memoráveis e que definiram os pilares do hard bop dos anos 50.
De suas gravações como líder, destaca-se "We Insist! Freedom Now suite", uma suite com texto Oscar Brown Jr. para responder ao convite de contribuir à comemoração do centenário da "proclamação de emancipação", de Abraham Lincol. Em 1980, gravou "M'Boom", um álbum só de percussionistas (Ray Brooks, Joe Chambers, Omar Clay, Ray Mantilla, Warren Smith Freddie Waits, Kenyatta Abdur-Rahman, Fred King). É importante ressaltar "Money Jungle", de 1962, com um trio composto por Charles Mingus e Duke Ellington.
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