10 de junho de 2009

O alvo insólito se esconde em abril.
A sólida ferrugem nos fuzis.
Os desamparadas informes
de acolher as arestas do esquecimento.
Ou as raízes da névoa quieta
que barram a procura de alguma porta.

Alguma luta se esconde em abril.
Com a lábia livre, com a alegre
esperteza de iludir a frágil fresta.
O vencimento do tardio ódio,
a fraqueza da reza sem milagres.

Há um ventilar de madureza,
de alguém que talvez nem venha
a entrar nalguma névoa,
a pisar nos gozos de alguma nave.
Montado o palanque. A besta imolada.
A gravidez depois fictícia.
Alguém limpa a ferrugem em abril.

@ Salomão Sousa

Um comentário:

  1. Olá. Sou colega da Beatriz e vi o post dela sobre vc. Fiquei interessada em seu trabalho e vim visitar seu blog. Adorei os poemas, principalmente este, mas ainda há vários para ler. Parabéns!
    Tbm escrevo poesias, mas são coisas mais simples. Bom conhecer outros poetas.

    Abraço.

    Lara.

    ResponderExcluir

Salomão Sousa sente-se honrado com a visita e o comentário

RETRATO, poema de Antonio Machado

Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como...