A máquina fala por mim
respira, traduz
A máquina come por mim
me lava, me induz
Minhas mãos perderam a utilidade
Deixei de ser caipira
Drummondiano não mais
O chão está plantado
Não desejo ir
não me peçam pra ver
Legaste-me um maquinismo para o sexo
Uma cápsula
para conformar a ausência de amor
A máquina me traz
todas as paisagens pra casa
Se peço algodão
a máquina me dá a paisagem
mais branca
me tece a paisagem retilínea
quase uma linha
A máquina me dá
a paisagem da ferrugem
se peço para ser ferro
Não preciso sair de meu quarto
pra ir a Itabira
Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
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A máquina quer nos dar tudo pronto, mas estamos ainda num longo processo (processamento).
ResponderExcluirGostei, poeta!
Abraço.
Nao era pra ser uma referência drummondiana - talves tenha sido, não sendo! Parabéns, belo poema.
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