Pedra negra sobre uma pedra branca
Morrerei em Paris com aguaceiro,
num dia do qual já tenho lembrança.
Morrerei em Paris — e não me apresso —
talvez numa quinta-feira, como hoje, de outono.
Será quinta-feira, porque hoje, quinta-feira,
em que proso esses versos, pus os úmeros
na malas e, nunca como hoje, me deixei,
com todo o meu caminho, a me ver só.
César Vallejo morreu, surravam-no
todos sem que a eles não tenha feito nada;
lhe batiam duro com um pau e duro
também com uma soga; são testemunhas
os dias de quinta feira e os ossos úmeros,
a solidão, a chuva, os caminhos…
Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
Assinar:
Postar comentários (Atom)
RETRATO, poema de Antonio Machado
Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como...
-
A um olmo seco Antonio Machado A um olmo velho, fendido pelo raio, e pela metade apodrecido, com as chuvas de abril e o sol de maio, saíram...
-
O processo de editoração é dinâmico, também. Os livros de poesia devem se aproximar da visualidade das páginas da internet. Papel que reflit...
-
Se eu e Ronaldo Costa Fernandes soubéssemos que não mais teríamos oportunidade de voltar a encontrá-lo, não ficaríamos ali estáticos na Livr...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Salomão Sousa sente-se honrado com a visita e o comentário