Haicai goiano para Ésio Macedo Soares após visitar fotos dele no orkut:
Catar lenha
e acender a fornalha.
Teto enegrecido.
A poesia é meu território, e a cada dia planto e colho grãos em seus campos. Com a poesia, eu fundo e confundo a realidade. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento)
30 de dezembro de 2009
24 de dezembro de 2009
Um haikai
Versão quase japonesa:
A mulher diante da parreira.
O sol ilumina
o cacho de duas uvas.
Versão quase goiana:
A mulher se curva
para depositar a colheita
O foco de sol
sobre o cacho de duas uvas
Versão teen:
Para sair a vinha ao fundo
a guria se curva para a foto
Ninguém liga pro sol
só pro cacho de duas uvas
A mulher diante da parreira.
O sol ilumina
o cacho de duas uvas.
Versão quase goiana:
A mulher se curva
para depositar a colheita
O foco de sol
sobre o cacho de duas uvas
Versão teen:
Para sair a vinha ao fundo
a guria se curva para a foto
Ninguém liga pro sol
só pro cacho de duas uvas
Saudação 2010
Estaremos com os homens da fina civilidade,
que aplainam onde há a discórdia,
onde há a suspeita,
e a madeira é fértil. Trabalharemos
com a facilidade da ternura.
Estes homens são os que pousam
uma mão e outra mão
e os olhos e as línguas.
Estes homens somos nós,
que temos uma casa,
uma cidade, um País.
Estaremos com os homens
limpos limpos diante das câmeras,
dos lápis da História.
Estes homens somos nós,
os homens em tecnicolor.
Estaremos com os homens
que são de fogo,
da pura lenha aceita pelo sol.
Não iremos nos esconder
fora das fronteiras.
Estaremos nas praças,
nos baldrames, a esbanjar
companhia.
Não teremos tumbas
de vergonhas para tampar,
não teremos de disfarçar crimes,
de gerar artifícios para passar impunes.
Seremos os homens
que vão ao pré-sal,
ao fundo do coração.
Estaremos com os homens de mãos limpas
As mãos limpas vão tocar as obras.
As mãos limpas vão se tocar com fascínio.
Estes homens somos nós.
Seremos os homens da civilidade.
que aplainam onde há a discórdia,
onde há a suspeita,
e a madeira é fértil. Trabalharemos
com a facilidade da ternura.
Estes homens são os que pousam
uma mão e outra mão
e os olhos e as línguas.
Estes homens somos nós,
que temos uma casa,
uma cidade, um País.
Estaremos com os homens
limpos limpos diante das câmeras,
dos lápis da História.
Estes homens somos nós,
os homens em tecnicolor.
Estaremos com os homens
que são de fogo,
da pura lenha aceita pelo sol.
Não iremos nos esconder
fora das fronteiras.
Estaremos nas praças,
nos baldrames, a esbanjar
companhia.
Não teremos tumbas
de vergonhas para tampar,
não teremos de disfarçar crimes,
de gerar artifícios para passar impunes.
Seremos os homens
que vão ao pré-sal,
ao fundo do coração.
Estaremos com os homens de mãos limpas
As mãos limpas vão tocar as obras.
As mãos limpas vão se tocar com fascínio.
Estes homens somos nós.
Seremos os homens da civilidade.
8 de dezembro de 2009
6 de dezembro de 2009
É o luto
O luto é muito mais do que a morte de uma mariposa
do que o pouso das mãos sobre o peito
Muito maior do que o vazio
do que a pele escurecida escurecida
Há mortes diárias, assaltos diários
A ausência do discurso, a ausência
dos dizeres da criança na lousa
se sarrafiaram a sala e a estrada
Por merecimento, reivindicamos
o direito de sermos os primeiros
no ranking mundo da corrupção
Reivindicamos e este é o luto maior
O luto maior é ter de aceitar o pedido de perdão
por apontar o dedo para um corrupto
A poesia às vezes queria ser palavra
— pássaro à espera da chuva e da criança
no pátio da escola —
e tem de voltar com o grito de resistência
O amigo Menezes y Morais ainda dizia na noite do tributo ao Oswaldino Marques (tributo este que não mereceu nenhuma linha nos jornais locais): merecemos, temos de reivindicfar o direito de sermos o primeiro país do ranking mundial da corrupção.
O luto maior é ver a ausência de informações nos jornais da cidade de Brasília sobre o falecimento do escritor Joanyr de Oliveira; a ausência de nomes de escritores nos jornais por picuinhas da literatice ou da jornalice, pois o verdadeiro Jornalismo informaria cotidianamente os nomes dos grandes fraudadores dos recursos públicos. Só o Jornalismo que leva a sua parte leva para a gaveta o nome dos fraudadores.
Só a jornalice omite o obiturário do Jornyr de Oliveira e o tributo ao Oswaldino Marques.
Só a jornalice arquiva os nomes dos fraudadores, omitindo a participação na luta pelo fortalecimento da administração limpa.
É o luto, é o luto!!!!
do que o pouso das mãos sobre o peito
Muito maior do que o vazio
do que a pele escurecida escurecida
Há mortes diárias, assaltos diários
A ausência do discurso, a ausência
dos dizeres da criança na lousa
se sarrafiaram a sala e a estrada
Por merecimento, reivindicamos
o direito de sermos os primeiros
no ranking mundo da corrupção
Reivindicamos e este é o luto maior
O luto maior é ter de aceitar o pedido de perdão
por apontar o dedo para um corrupto
A poesia às vezes queria ser palavra
— pássaro à espera da chuva e da criança
no pátio da escola —
e tem de voltar com o grito de resistência
O amigo Menezes y Morais ainda dizia na noite do tributo ao Oswaldino Marques (tributo este que não mereceu nenhuma linha nos jornais locais): merecemos, temos de reivindicfar o direito de sermos o primeiro país do ranking mundial da corrupção.
O luto maior é ver a ausência de informações nos jornais da cidade de Brasília sobre o falecimento do escritor Joanyr de Oliveira; a ausência de nomes de escritores nos jornais por picuinhas da literatice ou da jornalice, pois o verdadeiro Jornalismo informaria cotidianamente os nomes dos grandes fraudadores dos recursos públicos. Só o Jornalismo que leva a sua parte leva para a gaveta o nome dos fraudadores.
Só a jornalice omite o obiturário do Jornyr de Oliveira e o tributo ao Oswaldino Marques.
Só a jornalice arquiva os nomes dos fraudadores, omitindo a participação na luta pelo fortalecimento da administração limpa.
É o luto, é o luto!!!!
1 de dezembro de 2009
Jorge Tufic
Encontrei-me pessoalmente uma única vez com Jorge Tufic. Ele esteve na Câmara dos Deputados aí pelos anos 90 e eu já vivia atrás de suas obras, que chegavam quentes da Amazônia. Guardo a sua lembrança como se ele vivesse sempre aqui e eu pudesse me encontrar com ele a qualquer momento. Pois a sua poesia é um encontro. E, através de sua poesia, tive muitos outros encontros com ele. Fiquei íntimo dele.
Jorge Tufic
De Ônibus, pelo Sertão
Lá fora, o diameno.
Bloqueio de trevas,
cysne,
cântico de agulhas.
Em busca desse dia
eu parto: noutras paragens,
decerto,
há homens e bichos
que disputam vitórias,
se matam.
Mas aqui, só nuvens
rascunham fugacidades.
Paisagens, velozes,
não passam por mim.
Atravessamo-nos, apenas.
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