A poesia é meu território, e a cada dia planto e colho grãos em seus campos. Com a poesia, eu fundo e confundo a realidade. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento)
30 de abril de 2011
Jovem Torless, de Musil, e o bullyng
Depois de conversar com uma orientadora educacional sobre filmes relacionados com o bullyng — ela está precisando de Bang Bang você morreu — acabei me lembrando de um livro que me comoveu muito, e que trata do tema com muito mais extensão do que se pensa. Robert Musil, num clima que antecipa o nazismo, em 1906 escreveu a pequena novela O jovem Torless. Cheguei a escrever uma resenha sobre este livro, que nunca foi publicada, fazendo pequena comparação com O ateneu, de Raul Pompeia. A qualquer momento posto a resenha perdida aqui. Torless é um garoto dominado por um grupo (não me lembro se formado por três ou quatro garotos) dentro da escola, passando por diversas sessões de torturas. Portanto, O jovem Torless trata do sufocamento do estudante pelos companheiros de escola, enquanto que em O Ateneu, o sufocamente vem da própria instituição. A reedição deste pequeno grande livro é oportuna para que seja usado nas escolas.
14 de abril de 2011
Reflexões com o poeta W. B. Yeats (L)
Em homenagem ao amigo poeta Ronaldo Costa Fernantes, traduzi mais um capítulo do livro "Desvio", de W. B. Yeats:
L
Eu protesto constantemente contra minha vida. Passo as noites sem poder conciliar o sono pensando no tempo que não tenho outro remédio senão subtrair poesia — na noite passada não consegui pregar o olho —. Sem dúvida, talvez esteja obrigado a realizar todas essas coisas para assentar pé dentro da vida de ação e para dar expressão não ao poeta tradicional, mas a essa coisa esquecida: o homem normal e ativo.
13 de abril de 2011
Reflexões com o poeta W. B. Yeats
W. B. Yeats
Do livro Desvio, inédito no Brasil
Traduzi a partir da Aguilar espanhola
Traduzi a partir da Aguilar espanhola
À noite surgiu no Arts Club um debate sobre um tema político. Houve um momento que senti a tentação de contestar com argumentos a algo que ali foi dito, mas me abstive de fazê-lo e pude observar que todos os argumentos que eu fui tentado a expor foram logo empregados por um ou outro dos que fizeram parte da discussão. A lógica é um mecanismo a que se pode deixar que atue por si só; mesmo que não a estimule ou ajude, obrigará os presentes a esgotar o tema, e é provável que o tolo, assim como o inteligente, dêem resposta adequada para qualquer afirmação, e se ficar sem dar resposta, é certo que alguém partirá desolado para casa. Alguém atira a moeda ao balcão e recebe o troco correspondente.
O estilo, a personalidade — quando são adotados deliberadamente por máscara — são o único recurso de que dispomos para escapar dos cambistas e dos negociantes de rosto iluminado
6 de abril de 2011
Cristina Bastos — autógrafos do blog
Foto: Salomão Sousa
Cristina Bastos é uma das grandes vozes da poesia brasiliense, desde o momento do aparecimento do seu primeiro livro (Decerto o decerto), ou antes. Depois vem os demais filhos, de joelhos enormes, de boca numa enormidade, de olhos exorbitados, poemas que abocanham o mundo.
Cristina Bastos é uma das grandes vozes da poesia brasiliense, desde o momento do aparecimento do seu primeiro livro (Decerto o decerto), ou antes. Depois vem os demais filhos, de joelhos enormes, de boca numa enormidade, de olhos exorbitados, poemas que abocanham o mundo.
Jorge Antunes — Autógrafos do blog
Foto:
Foto: Salomão SousaAlém de dominar os espaços da música erudita, do buzinaço, dos abraços, Jorge Antunes vai invadindo a burocracia da poesia. Aparece com destaque no Fincapé, antologia do Coletivo de poetas, que começa a se apossar de Brasília. Jorge Antunes, há muito que me abraças através do amigo João Carlos Taveira.
Menezes Y Morais — autógrafos do blog
Foto: Salomão Sousa
Menezes y Morais é o que faz a poesia achar o seu espaço. Ei-lo abraçando o maestro Jorge Antunes. Ei-lo te abraçando onde te achas.
Menezes y Morais é o que faz a poesia achar o seu espaço. Ei-lo abraçando o maestro Jorge Antunes. Ei-lo te abraçando onde te achas.
Chico Pôrto (Arymororó) — autógrafos do blog
Foto: Salomão Sousa
O Chico Porto, ou o Aryimororó dos tempos da real marginália, finge que estará ausente. Quando é a hora da poesia, ali está ele com a sua irrealidade, com a amizade solene, quase a dizer que a amizade não existe. E a poesia dele é assim mesmo, com a sua cara e coragem de ir se dizendo quanse em silêncio.
O Chico Porto, ou o Aryimororó dos tempos da real marginália, finge que estará ausente. Quando é a hora da poesia, ali está ele com a sua irrealidade, com a amizade solene, quase a dizer que a amizade não existe. E a poesia dele é assim mesmo, com a sua cara e coragem de ir se dizendo quanse em silêncio.
Carla Andrade — autógrafos do blog
Foto: Salomão Sousa
A Carla Andrade chegou com a sua poesia, com a sua beleza, com a bela voz, com a bela amizade, para ficar. As leituras do Coletivo de Poetas ganharam expressão maravilhosa com a sua chegada. E ela trouxe direitinho a verdadeira poesia.
José Edson dos Santos — autógrafos do blog
Foto: Salomão Sousa
José Edson dos Santos é companheiro, amigo, de muitas praças de Brasília. Sempre estivemos próximos nos grandes momentos de manifestações poéticas. Se a poesia é feita de voz própria, a poesia de José Edson dos Santos é própria de José Edson dos Santos. Nenhum outro trata com tanta irreverência, solene irreverência, as palavras na junção da poesia.
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