Estou com um pequeno livro da Emily Dickinson
editado pela L&PM, em em tradução de Ivo Bender.
Gostei muito da seleção dos poemas
ou mesmo da leveza que ele deu aos textos.
Muitos querem atravessar uma dificuldade
que Emily Dickson não tem.
Mesmo assim ainda introduzi,
com a minha experiência campestre,
umas quatro alterações
para que a leveza ainda mais se manifestasse.
Bem pouco a fazer tem o pasto;
Reino de simples verde,
Só com borboletas para criar,
E abelhas para entreter –
E ondular o dia inteiro aos tons
Que a brisa consigo arrasta;
Cumprimentar a todas as coisas
E embalar, ao colo, a luz do sol –
Fazer com orvalho, à noite,
Colares de pérolas com tal fineza,
Que uma fidalga não saberia
Perceber que não é falso –
E acabar-se — ao atravessar
Por entre odores divinos –
De especiarias adormecidas –
Ou de nardos, agonizantes –
Enfim, quedar-se em nobres celeiros –
E, em sonho, passar os Dias;
Bem pouco a fazer tem o pasto,
Feno eu quisera ser
A poesia é meu território, e a cada dia planto e colho grãos em seus campos. Com a poesia, eu fundo e confundo a realidade. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento)
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Dickinson... bom! Ainda não li nada dele... (ah, como fazem falta os livros que não li...).
ResponderExcluirObrigada por compartilhar conosco!