2 de janeiro de 2012

Abertos os salmos, as portas, as janelas.

Abertos os salmos, as portas, as janelas.
E as tochas ávidas pelos territórios,
as horas felizes em alerta,
os santos também genuflexos.
As frutas aguardam as entregas,
de suculentas quase se rasgam, abertas.
O país um ponto a mais na tabela.
Os sóis em seus giros, a poeira assentada,
os botões que se entreabrem,
os seios, as fissuras dos músculos, as veias;
as costuras com os melhores pontos,
os números todos unificados no universo.
As rimas podem ficar quietas,
amparadas em seus zelos;
as palavras podem aguardar
um pouco sossegadas nos corpos.

Os pais, os filhos e seus pássaros e mariposas
caminham em direção
aos dias lavado e costurados,
asas e mãos confiantes, acesos de sol e alegria.

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