17 de junho de 2012


Todo preâmbulo inaugura o medo.

São as luas, os rochedos ou

os abismos voluntários.

Permanecem pelos séculos

a dominar o infinito ou

a encher de orgias

a permanência e a cárie.

Outros são os componentes

dos fuzis, dos afogamentos

no Tibre, dos saques aos caixas ou

da espessura da lingerie.

Das intrépidas e inúteis

folhas de guarda.

Primaveras unitárias

tragadas pelas boquilhas

seguem com os transeuntes,

raspam pelos lábios,

expelem erupções pelas nádegas.

Ninguém entende o furúnculo,

a harmonia das águas e das pétalas.

E se houvesse entendimento ou

a extinção da linha do tempo,

quem iria recolher o sal,

construir a alvura ou

estrear o lençol e a luz?

Quem iria preparar

o combate aos vândalos?

O que há é o medo

e a porta de ouro que não o extingue.

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