Legenda: Donaldo Mello, João Carlos Taveira, Ronaldo Costa Fernandes, Robson Corrêa de Araújo, Fábio Coutinho, Antônio Miranda e eu (Salomão Sousa)
Neste último sábado de março,
quando o País enfrenta a paralização dos aeroportos,
e as cigarras ainda não cantam,
mas as abelhas ainda fazem mel,
ainda que colhendo agrotóxico em meio néctar,
amigos vieram à minha casa
para mais uma sessão de cinema.
O nosso propósito é o conhecimento
de filmes clássicos e raros,
sem exibição no País
ou há muito tempo fora das salas
dos cinemas da cidade.
Desta feita, assistimos "O Homem de Aran",
de Robert Flaherty, que se insere no rol
dos documentários ensaiados. Flaherty
é pioneiro nesta modalidade de fazer
cinema com "Nanook". Hoje existem
exemplos também bem sucedidos,
tais como "Camelos não choram"
e "ABC África", de Abbas Kiorastami —
um dos cineastas de minha predileção.
"ABC África" pode ser um filme
das próximas sessões
de nossa sala de raridades.
Nos documentários ensaiados,
o cineasta têm o domínio dos aspectos da vida
que deseja abordar. No caso de "O homem de Aran",
o aspecto negativo do homem da localidade
focalizada é abolido. O homem é bom.
Poderia até ser refilmado para afirmação
de que o homem atual também pode ser bom.
Na próxima sessão, é minha intenção
exibir "O Thiassos", de Theos Angelopoulos,
cineasta grego, com legenda em espanhol.
Ainda não assisti o filme,
e acredito que ele ainda não foi exibido no País,
apesar de ser de 1975. Trata-se — apesar de ser
obra de ficção — de uma análise da história do
teatro. São quatro horas de filme, mas é, certamente,
com a perfectibilidade de Angelopoulos,
obra prima imperdível.
Recebi grandes amigos para a sessão de
"O homem de Aran". Antônio Miranda,
que é o primeiro dirigente da Biblioteca Nacional aqui
em Brasília. Na próxima quinta-feira, ele já começa
as atividades na Biblioteca, com um recital em homenagem
ao poeta Fernando Mendes Viana, de saudosa amizade.
Ronaldo Costa Fernandes, que está na Fortuna Crítica
de meu livro "Safra quebrada", que lançarei em 15
de maio, no Cape Diem, aqui em Brasília, e que
vem de concluir — poxa, ainda não tenho autorização
para divulgar ... Fábio Coutinho, que vai dominando
com o seu carisma o grupo de escritores de Brasília,
e que de cara já entrou na chapa da nova diretoria
da Associação Nacional de Escritores, cuja eleição ocorre
neste mês de abril. Donaldo Mello, que entrou nestas amizades
pelos braços de Ronaldo Cagiano, que não esteve entre nós
nesta audição. E os amigos que estão sempre aqui,
com ou sem sessão de cinema: João Carlos Taveira,
Herondes Cézar (que partiu mais cedo e ficou fora da
foto quando me lembrei de fazâ-la) e Robson Corrêa de Araújo,
que fez as fotos que ilustram o "Safra quebrada".
As boas amizades devem ser regadas
com boa arte, boa conversa e boa comida.
Revivemos as quitandas de Goiás.
Para o lanche, preparamos "mané pelado"
e pão-de-queijo com manjericão.
Até a próxima sessão.
A poesia é meu território, e a cada dia planto e colho grãos em seus campos. Com a poesia, eu fundo e confundo a realidade. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento)
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