Dele são os poemas amorosos que ainda tolero ler,
sem sentir tão ridículo.
DÁ-ME TUA LIBERDADE
Pedro Salinas
Tradução: Salomão Sousa
Dá-me tua liberdade.
Não quero tua fadiga,
não, nem tuas folhas secas,
teu sonho, teus olhos cerrados.
Vem a mim a partir de ti,
não a partir do teu cansaço
de ti; quero senti-la.
Tua liberdade me traz,
assim igual a um vento universal,
um odor de madeira.
remotas de teus móveis,
um monte de visões
que tu vias
quando no alto de tua liberdade
já cerravas os olhos.
Que bela tu livre e de pé!
Se me dás tua liberdade me dás teus anos
brancos, limpos e agudos como dentes,
dás-me o tempo em que a gozavas.
Quero senti-la como sente a água
do porto, pensativa,
nas quilhas imóveis
em alto mar. A turbulência sacra.
Senti-la,
vôo parado,
assim como a quieta várzea
sente a rama
onde vem a ave e pousa,
o ardor de voar, a luta pertinaz
contra as dimensões azuis.
Dencanse-a hoje em mim: vou gozá-la
com um tremular de folha em que descem
gotas do céu ao solo.
Quero-a
para soltá-la, somente.
Não tenho cárcere para ti em meu ser.
Tua liberdade te guarda para mim.
Soltarei-a outra vez, e pelo céu,
pelo mar, pelo tempo,
verei como parte para seu destino.
Se o teu destino sou eu, ele te espera.
tô esperando uma baianinha, que foi pra lá na bahia. se não voltar parto pra outra, mas valeu por ela, por mim, pela poesia já.
ResponderExcluirsalomão, meu amigo e brother publiquei um poema seu do safra quebrada no meu blog, bizóia lá depois.
grande abraço.
muita luz, saúde, prosperidade e paz.
Cássio Amaral.
P.s. não consigo trabalhar o espaçamento do meu blog, ia publicar um que tinha espaço,ms o meu blog sei lá não dá espaço é mole?