A poesia é meu território, e a cada dia planto e colho grãos em seus campos. Com a poesia, eu fundo e confundo a realidade. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento)
4 de janeiro de 2008
Neste início de férias, tenho aproveitado o tempo para ver alguns filmes.
Sem ler nenhum crítica antecipada, vi 'Mutum', da cineasta brasileira Sandra Kogut. Trata-se da livre adaptação de uma novela de Guimarães Rosa. Eu preferia que não fosse mencionado que se trata de uma adaptação, pois a linguagem, o tempo e mesmo o ambiente do filme não é o mesmo do escritor mineiro. Há intervenções de muitos materiais estranhos ao universo roseano. Em Guimarães não há lugar para o eucalipto no escript ou de excesso de plástico ou de roupas confeccionadas de polietileno ou sei lá que outras fibras sintéticas. Mas valeu a produção. Talvez sejamos tão íntimos daquela realidade — eu que vim do sertão goiano — que não há impacto na compreensão do processo de formação do personagem. Talvez a rigidez ainda seja maior do que aquela enfrentada pelo Tiago de Kogut. Mas é isso, acredito que tenha faltado um pouco mais de pesquisa do universo roseano. Para baratear produção acabaram atualizando demais o tempo em que acontece a trama do filme.
E, depois, assisti alguns filmes de Mizoguchi. Pena que não sejam lançadas cópias de seus filmes por aqui!!! Trata-se de um cineasta tão maltratado no Brasil!!! Acabo de sair de 'Contos da lua vaga". Este filme foi feito em 1953, quando eu tinha apenas um ano, e parece que acabou de sair do forno — pão quente que queima nossos olhos e nossas mãos. Entrelaça realidade e imaginário para criticar os sonhos humanos. Dói!!!! Não analiso o filme, pois há material já disponível na internet capaz de dar um pouco de visibilidade sobre a sua importância!!! Veja na imagem a sutileza da construção da imagem japonesa!!!
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cheguei de viagem hoje salomão. estava em outra cidade. amigo, muito obrigado pelo livro e sua generosidade.
ResponderExcluirlinkei seu blog no meu.
abração. muita luz e saúde a todos.
Cássio Amaral.