O labirinto do fauno, uma produção México/Espanha de Guilhermo del Toro, poderia ter sido o grande vencedor do Oscar, se não fosse o esforço da Academia em vender a sua parafernália de violência. Martin Scorcese, com um filme enroscado, que não acrescenta nenhum avanço à arte cinematográfica ou novidade crítica à sociedade americana, por trazer grandes figurões no elenco de Os infiltrados, ficou um ponto à frente de Guilherme del Toro.
O labirinto do fauno reúne (não digo “reunia”, pois seria ser injusto com ele, pois o filme continua existindo) muito mais condições para ter levado também as estatuetas de roteiro e melhor filme, e por que não a de direção? É o único filme dentre os premiados de 2007 pela Academia de Hollywood que, daqui a uns anos, certamente, será procurado para apresentações em salas de cineclubes e de associações humanitárias que vão lutar pela afirmação das liberdades individuais e de resistências às forças totalitárias. As mentes totalitárias sempre são melhores organizadas e, já que são agressivas por natureza, acabam sempre arrumando brechas na desorganização da sociedade para se instalar no poder.
A bela e oportuna peça cinematográfica de del Toro, elaborada no ritmo de uma fábula, começa no estilo "era uma vez" e termina com a fórmula "a moral é". Como a juventude tem procurado por ficção estilo Harry Potter e Senhor dos Anéis, que não têm muito par com a realidade, o filme de Guilhermo del Toro, ao juntar a realidade dura e violenta do totalitarismo franquista com elementos mitológicos, torna-se atrativo para o jovem e cria esta oportunidade de discussão de temas históricos, de organização da sociedade, de questões mitológicas, e de ameaças que sempre pairam sobre os povos. E serve não só para o jovem, mas para todo aquele que é amante de uma obra de arte funcionando em todos os takes e etapas, e se preocupam com as etapas do humanismo.
Ao acertar a cara do espectador com a violência do totalitarismo, o filme funciona como um "rito de passagem". Relembra ao homem que a qualquer momento —se não se agarrar à vigilância da construção do convívio humanitário— o totalitarismo pode estar de volta para desvirtuar o andamento harmônico de qualquer povo. Muito oportuno que as famílias levem seus filhos para ver o filme e passem de bandeja a eles a moral ali expressa de forma tão clara: não podemos entregar nosso irmão à violência, mas, sim, resistir com nosso próprio sangue para que nenhum movimento tabuleiro de violência se implante no território de nossa realidade. Não sejamos o elemento da violência: nem o que pratica nem o que é acertado na cara por ela.
Enquanto que os demais filmes da premiação do Oscar de 2007 —basta ver o filme de Martin Scorcese— acabam incentivando a organização da sociedade em grupos criminosos. Não servem de parâmetro crítico, mas muito mais de validação dos segmentos da sociedade que se organizam para levar o seu quinhão de forma fraudulenta. E os filmes do velho e charmoso Clint Eastwood, que é capaz de arrancar água sobre as mais belas pontes, ficaram em busca de desvendar situações históricas velhas, com efeitos especiais também batidos. Temos de colocar outras bandeiras sobre Iwo Jima, aquelas que combatem o individualismo, o dissociativismo, o belicismo colonialista — males que vão minando a paz no mundo, e que contribuem para que pairem ameaças de repetição de novos totalitarismos e de crescimento da corrupção, que, neste momento, está mais organizada que os próprios governos. Não construímos heróis com publicidade ou mortes em massa. Herói é aquele que, sozinho (e derrotado), desobstrui a maranha desumana de uma época. O meu oscar pessoal vai para Guilherme del Toro pelo seu inventivo O labirinto do fauno, pois, assim como Hemingway em O velho e o mar, lembra-nos que a luta tem deve ser cotidiana para escaparmos da derrota de uma realidade adversa. E mais: lembra-nos que o herói, em si mesmo, não é a vitória, mas a força conjunta que ele motiva.
O labirinto do fauno reúne (não digo “reunia”, pois seria ser injusto com ele, pois o filme continua existindo) muito mais condições para ter levado também as estatuetas de roteiro e melhor filme, e por que não a de direção? É o único filme dentre os premiados de 2007 pela Academia de Hollywood que, daqui a uns anos, certamente, será procurado para apresentações em salas de cineclubes e de associações humanitárias que vão lutar pela afirmação das liberdades individuais e de resistências às forças totalitárias. As mentes totalitárias sempre são melhores organizadas e, já que são agressivas por natureza, acabam sempre arrumando brechas na desorganização da sociedade para se instalar no poder.
A bela e oportuna peça cinematográfica de del Toro, elaborada no ritmo de uma fábula, começa no estilo "era uma vez" e termina com a fórmula "a moral é". Como a juventude tem procurado por ficção estilo Harry Potter e Senhor dos Anéis, que não têm muito par com a realidade, o filme de Guilhermo del Toro, ao juntar a realidade dura e violenta do totalitarismo franquista com elementos mitológicos, torna-se atrativo para o jovem e cria esta oportunidade de discussão de temas históricos, de organização da sociedade, de questões mitológicas, e de ameaças que sempre pairam sobre os povos. E serve não só para o jovem, mas para todo aquele que é amante de uma obra de arte funcionando em todos os takes e etapas, e se preocupam com as etapas do humanismo.
Ao acertar a cara do espectador com a violência do totalitarismo, o filme funciona como um "rito de passagem". Relembra ao homem que a qualquer momento —se não se agarrar à vigilância da construção do convívio humanitário— o totalitarismo pode estar de volta para desvirtuar o andamento harmônico de qualquer povo. Muito oportuno que as famílias levem seus filhos para ver o filme e passem de bandeja a eles a moral ali expressa de forma tão clara: não podemos entregar nosso irmão à violência, mas, sim, resistir com nosso próprio sangue para que nenhum movimento tabuleiro de violência se implante no território de nossa realidade. Não sejamos o elemento da violência: nem o que pratica nem o que é acertado na cara por ela.
Enquanto que os demais filmes da premiação do Oscar de 2007 —basta ver o filme de Martin Scorcese— acabam incentivando a organização da sociedade em grupos criminosos. Não servem de parâmetro crítico, mas muito mais de validação dos segmentos da sociedade que se organizam para levar o seu quinhão de forma fraudulenta. E os filmes do velho e charmoso Clint Eastwood, que é capaz de arrancar água sobre as mais belas pontes, ficaram em busca de desvendar situações históricas velhas, com efeitos especiais também batidos. Temos de colocar outras bandeiras sobre Iwo Jima, aquelas que combatem o individualismo, o dissociativismo, o belicismo colonialista — males que vão minando a paz no mundo, e que contribuem para que pairem ameaças de repetição de novos totalitarismos e de crescimento da corrupção, que, neste momento, está mais organizada que os próprios governos. Não construímos heróis com publicidade ou mortes em massa. Herói é aquele que, sozinho (e derrotado), desobstrui a maranha desumana de uma época. O meu oscar pessoal vai para Guilherme del Toro pelo seu inventivo O labirinto do fauno, pois, assim como Hemingway em O velho e o mar, lembra-nos que a luta tem deve ser cotidiana para escaparmos da derrota de uma realidade adversa. E mais: lembra-nos que o herói, em si mesmo, não é a vitória, mas a força conjunta que ele motiva.
...gostei muito do comentrio..bem pertinente, e muito bem colocado..concordo plenamente c/ o autor, e nao podemos esperar muito da ja batida premiaçao americana, e muito menos leva-la em conta..obviamente nao podemos esperar q um filme como este va levar o oscar..o q devemos fazer e apuara nosso gosto e parar de nos influenciar pelo padrao americano..e logico ignorar a premiaçao ameriaca e como o autor muito bem comocou no final do artigo ..nos mesmos estabelecermos nosso proprio oscar!
ResponderExcluirSalomão... vc é fera!!! Putz... concordo até com as virgulas!
ResponderExcluir