COMO NÃO ESTAIS EM MINHAS ARTÉRIAS
Se és flor como não estás fixa num talo
Apenas balançada por este alento que abrasa
Se és pomba como arrulhando não foges
Quando vem o caçador roxo em roxa fúria
Se és vela como não vais ligeira
Como as velas que o rio eleva entre os dedos
Se és meu sangue como não estás em minhas veias
passando e repassando meu coração que não dorme
[Soneto sem título]
Venho paradizer tua primavera
Falo para nomear doce tuas aves
Para abrir em ti as flores que conheces
Para te fazer entre todas a devera
Era formosa a tarde e como era
Se a evoco assim rápido nela nem cabes
És tarde infinita já sem chaves
Estejas onde estiveres e eu te queira
E estás onde estou e te quero
E não me importarei em dizer eu morro
Pois não estará certo com certeza
Mas venho nada mais que para dizer-te
Que já não poderás partir nem morrer
Por mais que seja triste e faça noite
Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
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