25 de outubro de 2006

Mercado Editorial

Temos de reconhecer: o mercado editorial brasileiro tem progredido! Tanto na oferta e escolha dos títulos, quanto no acabamento editorial.
A Editora Villa Rica (Itatiaia e Garnier) tem retornado ao mercado com seus títulos clássicos, bem como tem incluídos novas traduções ao seu catálogo. Estão lá, em roupagem nova, o Decamerão, do Boccácio; Os sertões, de Euclides da Cunha; Minha Formação, de Joaquim Nabuco; Fernando Pessoa, Machado de Assis, Olavo Bilac, até as poesias completas de Cassimiro de Abreu, e tantos outros. Inclusive as Conversações com Goethe, de Buckhardt. Hoje este livro anda esquecido, mas já fez escola memorialística. E nunca é tarde para lê-lo. A Villa Rica/Itatiaia/Garnier tem a sua forma de tratar o livro, que ele fica parecendo que ainda foi impresso a quente. E como são autores clássicos, as edições acabam ganhando um charme especial. Além de as edições ficarem mais baratas.
Entrou a Alfaguara no mercado, com alguns títulos (e em edições) charmosos. Nova tradução do Retrato do Artista Quando Jovem (de Joyce), o novo livro de Mario Vargas Lllosa, e uma seleção de poemas de Fernando Pessoa, pelo Luiz Ruffato. A edição de Fernando Pessoa está muito atrativa, principalmente para a juvenude, pela espacialidade que foi adotada para a inclusão dos textos nas páginas.
Tem a editora 34, que continua com a edição das obras de Dostoievski (saiu a A senhorita), e estão lá as melhores traduções de Crime e Castigo, de O Idiota. Aguardo ansioso a tradução nova de Os irmãos Karamazovi. Ninguém pode deixar de ler Crime e Castigo.
Temos a Cia da Letras, que tem trazido a nova literatura européia e asiática, e a bela coleção de Italo Calvino. E o resto do Kafka? estou aguardando as novas traduções de Modesto Carone. E também novos títulos da coleção de Nietzsche.
Nem precisamos falar da Martins Fontes. É umas das editoras mais cautelosas com o seu catálogo. Estão lá os grandes filósofos (antigos e modernos). Talvez a editora ainda tenha de investigar em redução de custos para que seus livros cheguem mais baratos aos estudantes, ainda mais que são os mais adotados nas faculdades. Não sei porque esta cultura, no mercado editorial brasileiro, de que o livro adotado tenha de ser o mais caro. Enquanto que tinha de ser ao contrrário. Pois, é sabidíssimo, que um livro, quando mais vendido, mais barato.
Ainda hoje encaminhei e seguinte e-mail à editora CosacNaif, que sem dúvida, tem sido imbatível:

Estive em Goiás Velho com Augusto Massi e foi um encontro de muita cortesia. Conversamos sobre Augusto Monterroso, que é preciso ter uma edição bem cuidada no Brasil, pois a edição de A Ovelha Negra, pela Record, foi desastrosa. Poderiam editar A Ovelha Negra ou Obras Completas (que na realidade é o seu primeiro livro de contos).

Mas eu sugiro ao Augusto Massi a edição do livro
Meditations, de John Donne, que nunca foi traduzido no Brasil, e contém o pequeno sermão poético que cntém as famosas frases que originaram os títulos dos livros de Hemingway (Por quem os sinos dobram) e Tomas Merton (Nenhum homem é uma ilha). São 22 meditations, mas poderiam traduzir mais alguns poemas e seria uma edição muito bem-vinda.

Por fim, precisam retomar a edição de obras clássicas da historiografia (Mommsem, Ranke, Bloch........)

Mais e mais sucesssos para a editora e todos os seus funcionários!!!!

Um comentário:

  1. publiquei coisa nova no blog,vou ver se mantenho regularidade.da uma olhadela...

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Salomão Sousa sente-se honrado com a visita e o comentário

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