23 de janeiro de 2014

Poema do egocêntrico



A cidade chama pelas esquinas
Se todos insistem que temos
de ajudar alguém
vamos além, deusa, ajudar a Ci.
       
À parte fenecida de Ci,
que não entende as palavras corsárias,
as mortes sírias, que não mais enxerga
o que importa para si.

A Ci que não anda pelos parques
que vive trancada num globo
fora do circo, embevecida consigo
em múltiplas poses esmaecidas.

Para Ci, que vive num muro em Salvador,
a existir pelo enfado da ignorância ,
que está na casa em que desonra
aquele que julga insigne a si.

Se existisse uma nota sem falecimento,
uma ressonância de abas de falésias,
clavicórdio que tocasse o esplendor,
seriam horas de sol para Ci.

A cidade soldou as grades
para deixar todos ausentes de si.
A palavra cortês, o rosmarinho
à Ci que vive embevecida de si.

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